No processo de colonização do Brasil, o Rio de Janeiro foi a capital da colônia, atraindo para essa região infraestrutura e oportunidades de trabalho. Junto a isso, a exploração do ouro, minério de ferro e a pecuária em Minas Gerais, foi um fator decisivo para a atuação do estado no atual PIB - Produto Interno Bruto - nacional. Esses fatores fazem com que exista uma diferença discrepante no desenvolvimento das regiões do Brasil, sendo o Sul e o Sudeste mais desenvolvidos. Tal desigualdade se desdobra em diversos prejuízos, como o preconceito e a miséria.
Certamente, diante do contexto histórico, no Brasil existe uma ruína que separa desenvolvidos e não desenvolvidos. Segundo o filósofo contratualista Thomas Hobbes, existe um contrato social no qual os indivíduos fazem com o Estado, inserto nesse contrato está o dever do Estado de assegurar as garantias constitucionais. No entanto, ao existir miséria enquanto existe abundância é um rompimento desse acordo. Logo, a desigualdade regional não está velando com os direitos dos cidadãos que vivem nessas áreas mais afetadas e sofrem com os impactos de tal situação.
Por um lado, o crescimento exponencial de empresas ao Sudeste, por outro, famílias ao nordeste sem ter o que comer. Segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, em 2012 a participação do Sudeste no PIB nacional foi o maior, com 55,2%. Somado a isso, um levantamento estatístico do FECOP - Fundo Estadual de Combate à Pobreza - aponta que a região Nordeste apresenta um valor proporcional a 47,9% da concentração da pobreza no Brasil. Tal análise permite a percepção da diferença socioeconômica entre as regiões do Brasil. Naturalmente, o rico fica mais rico e o pobre fica mais pobre.
Com a apresentação dos dados e do contexto histórico, é possível entender o desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil. No entanto, desafio não é sinônimo de impossibilidade. Assim, o Estado deve cumprir com o contrato social proposto por Hobbes. Por meio do incentivo à implantação de empresas nas zonas mais pobres do país, a fim de que surjam maiores oportunidades de empregos, e com isso, faça o capital girar nessas áreas, contribuindo com a participação dessas regiões no PIB nacional. Além disso, a mídia tem um importantíssimo papel na disseminação de informações, divulgando campanhas feitas por ONGs com o intuito de arrecadar doações. Dessa forma, ocorrerá a diminuição da diferença econômica entre os territórios nacionais.