De acordo com o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, a saúde é direito de todos e dever do Estado. Analisando o cenário atual, contudo, mostra-se precária a realidade contemporânea no acesso à saúde bucal no Brasil, o que é um problema que pode afetar o bem-estar populacional, e provocar doenças odontológicas nos indivíduos. Logo, isso deve-se à má gestão pública e a falta de informações básicas.
De início, torna-se fundamental analisar a gestão governamental para reverter esse quadro. Sob a perspectiva do filósofo Thomas Hobbes na sua obra “Leviatã”, o Estado tem o dever de garantir a saúde dos seus cidadãos. Entretanto, é notório que o poder público pouco tem atuado na abertura de uma qualidade de saúde bucal no Brasil, já que dados do O Globo afirmam que 11% da população brasileira não possui mais nenhum dente, o que corresponde a um montante de 16 milhões de pessoas com a ausência de uma higiene bucal adequada, assim dando abertura às doenças bucais, como cárie, gengivite, tártaro e entre outras, além de provocar danos no bem-estar do indivíduo. Destarte, fica evidente a ineficiência da máquina administrativa na resolução dessa situação caótica.
Outrossim, a carência de abrangentes conhecimentos sobre higienização bucal apresenta-se como outro desafio da problemática. Sob essa ótica, o filósofo Platão, em sua alegoria “O Mito da Caverna”, narra que o mundo é uma caverna escura de ignorância, em que toda a população está acarretada pela desinformação. Nesse sentido, tal conceito é materializado na bandeira verde e amarela, pois informações sobre uma higiene bucal adequada são restritas para a população brasileira, a exemplo, sobre o incentivo do uso diário de fio dental, escovação regular e exames periódicos em dentistas para verificar o estado da saúde bucal e prevenção de possíveis doenças. Assim, verifica-se uma grande falha instrucional por parte da população, tornando-na suscetível a desenvolver patologias bucais severas.
Depreende-se, portanto, a necessidade de atenuar esse entrave. Para isso, cabe ao Governo — responsável pelo dever de assegurar os direitos e bem-estar dos cidadãos — ampliar o acesso e melhoria a qualidade dos Serviços na Atenção Primária no SUS, por meio de ações e serviços que abrangem aspectos de promoção e proteção bucal ofertados em nível coletivo nas UBS, a fim de atenuar o descaso com os cuidados odontológicos. Ademais, as escolas — responsáveis pela educação dos indivíduos — devem aplicar orientações de higiene bucal nas crianças, mediante aulas educativas com professores e acompanhamento de dentistas nas escolas, com objetivo de instruir hábitos saudáveis sobre uma saúde bucal plena durante as primeiras fases da vida da criança. Dessa forma, esse problema será reduzido.