Termo criado no início da década de 70, a objetificação feminina desumaniza a mulher, fazendo ela, obrigatoriamente, ter o papel de submissão ao homem, como se ela fosse apenas um objeto de prazer e, com isso, foi elevada a importância da aparência feminina. A escritora e filósofa existencialista Simone de Beauvoir disse uma vez que “O homem é definido como ser humano e a mulher é definida como fêmea.” afirmando em sua fala que a humanidade é masculina e que o homem que decide o que a mulher é. Se a mulher tentasse agir como um ser humano, era tachada e acusada de imitar o macho.
A objetificação feminina está enraizada em questões sociais, históricas e culturais, contando com alguns fatores como a herança patriarcal, a imagem corporal espalhada publicamente nas redes sociais e a cultura machista presente até hoje. Nesse contexto, a obra literária “O conto de Aia”, da autora Margareth Atwood, apresenta uma distopia em que uma mulher tenta sobreviver em meio às severas restrições impostas por um regime teocrático autoritário que limita o papel social da mulher à reprodução. Fora da ficção, existe uma realidade muito próxima dela, dominada pela visão onde a mulher é vista apenas como objeto de prazer.
Ademais, o fato de mulheres exporem seus corpos nas redes sociais é algo que faz perpetuar a desigualdade, reforça os estereótipos de gênero e aumenta a ideia da objetificação do corpo feminino. Na música “Roar”, da cantora Katy Perry, ela começa a música mostrando como era submissa ao homem, aceitando e concordando com o que ele dizia, como acontece com muitos casais atualmente. Essa música faz uma crítica a como as mulheres devem parar de ficar ouvindo tudo que o homem fala calada e começarem a se empoderar, defendendo a si mesma acima de tudo.
Diante dessa problemática, portanto, é notório que a objetificação feminina tenha se tornado algo “comum” de ser vista diariamente tanto pelos homens fazendo comentários machistas a respeito do corpo femino, quanto a exposição do corpo feminino nas redes sociais como algum tipo de empoderamento. Por isso, se faz necessário que o Governo Federal, junto a empresas, promova palestras para os funcionários sobre a importância da igualdade de gênero no local de trabalho e a desconstrução de estereótipos de gênero. Isso deve ser feito por meio da identificação da problemática em cada empresa e o quão grave se encontra, melhorando as relações entre os próprios funcionários e o respeito pelas mulheres, para que assim o Brasil possa se desenvolver humana e socialmente.