“A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação.” Oscar Wilde, poeta irlandês, elucida, por meio dessa premissa, o poder do desenvolvimento no processo de ascensão de uma sociedade como um todo. No Brasil, no entanto, não se observa a mesma vontade apontada por Wilde, uma vez que, seja pelo consumismo seja pelo descarte incorreto, o lixo eletrônico no país é um problema que afeta o desenvolvimento coletivo. Nesse sentido, afim de combater o revés, compreender essas questões é fundamental.
É importante pontuar como a Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII, consolidou o desenvolvimento e o avanço das tecnologias. Por consequência, houve um aumento do consumismo na população. O filosofo Bauman aponta que o problema do consumismo é o desejo desenfreado de comprar. No cenário atual brasileiro, a grande parte dos indivíduos são movidos pelo poder e pela idealização de possuir. Assim, tem-se uma sociedade que busca estar atualizada, estando constantemente trocando os aparelhos considerados ultrapassados por aqueles mais modernos.
Como consequência disso, o descarte incorreto de eletrônicos tem se tornado cada vez maior. Segundo uma pesquisa realizada pela Green Eletron, o Brasil é o quinto maior produtor mundial de lixo eletrônico. É evidente como uma parcela considerável da população não possui conhecimentos sobre a importância do descarte correto. A pesquisa mostra que 33% do público brasileiro acredita que e-lixo se refere apenas a spams, e-mails ou arquivos. Além disso, aponta como nem todos os indivíduos consideram todos os lixos eletrônicos como, de fato, lixo eletrônico. Desse modo, existe um descarte incorreto da maior parte desses equipamentos, o que pode trazer mal à saúde humana, fora a degradação ambiental, visto que liberam diversos químicos na natureza ao serem descartados de qualquer forma.
Dessa forma, observa-se a necessidade de mitigar os desafios associados ao descarte do e-lixo. Cabe ao Ministério do Ambiente, em conjunto com as mídias sociais e tradicionais, como televisão e rádio, promover campanhas educativas sobre a produção do lixo eletrônico. Além disso, o Ministérios da Educação pode elucidar os estudantes sobre a problemática através de palestras com o intuito de incentivar o descarte de forma correta. Sendo assim, ao conscientizar a população, será possível amenizar a produção absurda do e-lixo, mitigando os problemas, e construir um Brasil mais sustentável.