A obra "1984" do escritor George Orwell, retrata um cenário distópico onde um dispositivo manipulador denominado "Teletelas", vigia cada cidadão do mundo, analisando todos os seus gostos, movimentos e ações. Controlam a população através da manipulação de dados, de acordo com os desejos do próprio algorítimo. Tal gerenciamento tecnológico infundado, se faz presente em grande escala no território nacional. Ademais, é preciso apurar medidas governamentais que impeçam que a máquina controle e domine o ser humano.

Sob essa perspectiva, pontua-se a falta de políticas públicas, causa expressiva do revés que cada vez mais atinge usuários da "internet". A Constituição de 1988 garante vários direitos ao povo brasileiro, e a negligência do governo para com a população tange esses direitos, já que dissuade o ser humano do seu livre-arbítrio de escolher o que manejar. Logo, infere-se a escassez de investimentos estatais e programas de apoio que ajudem a solucionar o problema da manipulação do usuário pelo controle de dados na "internet", e interfira na vida do usufruidor, impedindo uma manipulação e garantindo assim, seus direitos.

Nota-se que, sem a intervenção do Governo, seja quase impossível de um usuário se elucidar quanto ao fato de não estar gozando de seus gostos pessoais, todavia, consumindo conteúdos filtrados por empresas globais, persuadindo-o a absorver seu algoritmo personalizado, sem notar estar sendo gravemente influenciado. Desse modo, é possível estabelecer uma linha de raciocínio paralela entre a obra "1984" e o atual cenário tecnológico. Assim, urge que a atual circunstância mude, e não se torne uma "Oceania" do universo de Orwell, onde o indivíduo é incapaz de se regozijar com tópicos de interesse individual.

Portanto, compete ao Ministério da Educação, e ao STF (Supremo Tribunal Federal), que invistam em políticas públicas, através de campanhas publicitárias, veículos de comunicação em massa e criação de leis, que explanem, esclareçam e ajudem o povo a lidar com tais problemáticas na sociedade. Espera-se, assim, que as ações de controle façam jus aos direitos dos brasileiros e se erradique a falta de controle das empresas de grande capital, de modo que o usuário seja dono consciente de seu próprio algoritmo.