Desde os tempos remotos, a idolatria pelo corpo perfeito faz parte da cultura de diversas sociedades. A busca pelo padrão de beleza permite refletir sobre como isso representa uma grande dificuldade a ser enfrentada na sociedade brasileira. Nesse sentido, convém analisar as consequências desse impasse.
Em primeira análise, pode-se destacar que essa busca de ter um corpo ideal faz com que o Brasil se torne um dos países onde mais se realizam procedimentos estéticos. Cirurgias plásticas, corpos magros e definidos, peles rejuvenescidas têm sido cada dia mais o objetivo de muitas pessoas. Segundo pesquisas feitas pela SBCP ( Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas), o país atingiu, em média, 83 mil cirurgias estéticas por mês. É fundamental destacar que a necessidade de exibir um corpo perfeito acabou por banalizar tais procedimentos.
Outrossim, a obsessão por ter um corpo ideal pode provocar diversos transtornos, como distúrbios alimentares, depressão e até mesmo a morte. Estudos realizados pela Unifesp ( Universidade Federal de São Paulo), apontam que 54% das mortes por procedimentos estéticos estão ligados à lipoaspiração, por não serem realizadas em clínicas qualificadas e por profissionais experientes. É válido ressaltar que as pessoas se submetem a essas mudanças sabendo dos riscos, justamente por quererem se encaixar nesse padrão de beleza.
É necessário, portanto, que haja uma interação entre o governo federal e o ministério da saúde para desenvolver campanhas e palestras sobre como respeitar e ter consciência dos limites do próprio corpo. A mídia também pode ajudar enquanto formadora de opinião, podendo promover ações que desconstruam essa visão restringida do ''corpo perfeito''.