O sociólogo Karl Marx defende que o Estado prioriza os direitos da burguesia, classe dominante, negligenciando as outras. No contexto da assimetria de poderes existente no capitalismo, sistema que divide a sociedade em grupos com muito poder e sem poder. Nesse sentido, a necessidade da prevenção da depressão e suicidio só reafirma o pensamento de Marx, isso porque, a desigualdade social é um dos influenciadores para o desenvolvimento da depressão entre os jovens, principalmente agora, com as novas tecnologias, que deixa juventude imersa em realidades diferentes das suas, desenvolvendo o sentimento de Invisibilidade social que se dá não só devido à formação familiar, mas também ao descaso estatal.


Diante desse cenário, é notório que a formação familiar é um obstáculo enfrentado pelos  jovens gerando uma fragilização na saúde mental desses indivíduos, que ocorre devido à ausência de comunicação com familiares o que amplia o sentimento de invisibilidade. A filósofa Simone de Beauvoir definiu o fenômeno ‘Invisibilidade Social” como a forma negligente de priorizar mais um grupo que outro. Nesse sentido, a ausência de controle dos conteúdos consumido pelos jovens nas redes sociais é uma negligência dos pais com os seus filhos, pois eles estão tão ocupados vivendo suas vidas que acabam esquecendo de disponibilizar tempo para conversas e cuidados com a saúde da comunidade juvenil. Logo, é necessário medidas para mudar o quadro atual.


Ademais, a omissão governamental amplia a problemática, visto que, a desigualdade social faz com que a necessidade de trabalhar sobressaia à disponibilidade de tempo com os filhos e ao cuidado com a saúde mental dos mesmos. Além disso, a falta de dinheiro impossibilita que a comunidade carente obtenha acesso de qualidade à saúde. O filósofo Thomas Hobbes diz que é responsabilidade do Estado garantir o bem-estar da população. No entanto, não é o que ocorre no Brasil, visto que, com a desigualdade presente, a população mais carente precisa escolher entre o trabalho, família e a saúde os direcionando a medidas extremas, como tirar a própria vida. Dessa forma, é inaceitável  que a depressão e o suicidio continuem sendo ignorados pelo Governo.


Portanto, é necessário que mudanças sejam providenciadas. Desse modo, cabe ao Governo, enquanto garantidor de direitos fundamentais, criar campanhas de prevenção ao suicidio que proporcione acolhimento e tratamentos para a ansiedade. É preciso que auxílios monetários às famílias carentes sejam realizados, com finalidade de disponibilizar tempo para os pais com seus filhos. É urgente que o Ministério da Cidadania providencie ambientes de lazer para que os jovens tenham onde se divertir sem precisar de celulares ou redes sociais. Somente assim, a Invisibilidade citada por Simone deixará de existir.