Sob a perspectiva de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres. No entanto, percebe-se que os negros compõem um grupo altamente desfavorecido. Isso ocorre devido à negligência estatal e à desigualdade racial, fruto do racismo que ainda está muito presente na sociedade, causando segregação e sofrimento à população negra.
Em primeiro lugar, faz-se necessário refletir acerca da negligência estatal, que é um dos pilares para o agravamento da problemática. Segundo o filósofo, Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil, principalmente entre os negros, pardos e de baixa renda. Apesar de a Carta Magna garantir a todo cidadão igualdade de direitos, proibindo todo tipo de discriminação e preconceito, sabe-se que certas garantias, embora na lei, não são cumpridas. Dessa forma, é de grande importância uma intervenção estatal para minimizar o problema, principalmente investir em educação, pois a má qualidade educacional reduz o conhecimento acerca da cidadania e dos direitos que é devido a todos. Além disso, uma boa educação pode diminuir o racismo estrutural presente na sociedade, fazendo com que negros e pardos tenham mais chance de igualdade e mais respeito.
Outrossim, a desigualdade racial é o resultado de um processo histórico, social e político que privilegia uma raça sobre as outras, causando grande sofrimento para a raça menos favorecida. Devido a isso, a cor da pele influencia vários aspectos da vida dos afrodescendentes, pois a maioria vive sem condições de moradia e saúde, sofrem preconceito, por exemplo, na relação com a polícia. Muitos não têm uma boa educação por abandono escolar prejudicando ainda mais sua vida no mercado de trabalho. Tudo isso é consequência do preconceito que ainda segrega os negros dos mais privilegiados socialmente, como os brancos e os ricos. Porém, infelizmente, essa é uma realidade difícil de ser combatida, pois segundo o físico Albert Einstein “é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”, mas, apesar da dificuldade é de extrema necessidade que esse quadro seja mudado.
Portanto, o racismo e a desigualdade social por cor e raça no Brasil ainda são um problema constante. Diante disso, é preciso superar o preconceito a partir da construção de uma sociedade mais justa, levando em consideração a dignidade da pessoa humana, independentemente de qualquer natureza. Dessa forma, o Governo deve tomar medidas que incluam os negros em situação a possibilitar igualdade de oportunidades com a realização de ações afirmativas, como a educação para todos em Direitos Humanos, embasada em princípios universais. Só assim será possível evitar ações de racismo e preconceito, pois todos têm a mesma importância, corroborando com a concepção de São Tomás de Aquino.