Conforme o livro “Ética” de Baruch Spinoza, a liberdade de pensamento e expressão é uma condição necessária à paz social. Contudo, ao analisar o contexto social do assédio moral no Brasil vê-se que tal conceito proposto pelo filósofo, não se aplica fielmente à realidade, porque é visto constantemente o abuso na fala dos indivíduos com outrem. Tal abuso é inserido principalmente no meio de trabalho. Assim, é necessário entender quais origens e consequências do assédio moral que tanto assola esse local.

Em primeira análise, é preciso transcorrer sobre o que é o assédio moral e de que forma ele atua sobre a sociedade. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OTI) é descrito que o assédio moral é um comportamento de rebaixamento perante o outro, de forma a criar uma situação de humilhação e constrangimento. Esse fenômeno é de fácil compreensão ao se atentar à música do trovador e compositor brasileiro Chico Buarque – Deus lhe pague – nessa canção, a palavra “Deus lhe pague,” exprime como a sistematização do estilo de vida árduo no mercado de trabalho torna a população como um produto e não como um ser singular e plural que ele é. Nesse sentido, a “comercialização” das pessoas trás consigo a competitividade e por fim o assédio grupal.

Em segunda análise, constata-se que todo esse processo de conduta opressiva cria uma esfera de impactos à vítima: distúrbios psicológicos graves como depressão, sentimento de impotência, síndrome de inferioridade e ansiedade; além do sentimento de incapacidade no mercado de trabalho, visto a posição de subordinado. Portanto, são notórias as consequências que a tal relação passivo agressiva pode gerar.

Sendo assim, ciente dos riscos que o problema social pode gerar, medidas são necessárias. solicita-se que o Ministério do Trabalho se apegue às ferramentas da mídia, pois através dela é visto uma dissipação de conteúdo informacional, o qual vai guiar as pessoas, por exemplo, a como proceder em situações de marginalização. Para isso, é de suma importância que o referido ministério promova conscientização nas propagandas televisivas, jornalísticas e nos principais veículos de comunicação, isto é, sites e redes sociais. Com essas medidas é possível que o assediado busque denunciar na ouvidoria pública local mais próxima e se subverta os padrões de normalização da opressão que atingem tanto as relações de trabalho.