GÊNERO: Relato Pessoal
PROVA: Vestibular 2021

Podemos dizer que infelizmente, o mundo trata algumas pessoas de maneira desigual com aquele que é ''diferente'', que não se identifica com os padrões impostos pela sociedade, e isso afeta o jeito que vivemos em sociedade logo moldando sua idendidade e as relaçoes ao seu redor.
Nasci em uma família onde minha mãe é negra e meu pai e branco, e sempre lidei muito bem com isso até realmente ver como algumas pessoas se comportam com esse fato que até então desconhecido por mim. Obviamente eu nunca irei saber como é viver na pele da minha mãe e nem ela na minha, por eu ter nascido com a pele branca por parte de meu pai e traços mais fortes ligados á minha mãe, passei muitos anos sem realmente perceber se seria diferente caso minha pele fosse igual da minha mãe. Cresci ouvindo por muito tempo que a família da minhã mãe tinha o desejo de ''clarear'' futuras gerações, porém nunca chegava a entender o peso nessas palavras.
Já passei por situações em quais não acreditavam que minha mãe era aquela ao meu lado, pelo simples fatos de termos cores diferentes, e pude perceber que isso afetou o meu modo de enxergar o mundo e o modo de minha mãe lidar com ele. Certa vez quando era bebê, profissionais de saúde já questionaram o fato da minha mãe estar me levando para tomar vacina, chegando a perguntar o porque eu estava indo com uma babá, mas na verdade era sempre minha mãe ao meu lado. Podemos ver que o racismo estrutural que foi implantado fazem com que as pessoas normalizem algumas atitudes e falas que possam causar conflitos em outras pessoas, logo questionando seu lugar numa sociedade como essa, pelo fato de que por muitos anos o maior número de escravos e servos pelo mundo terem a pele mais escura.
Mesmo com leis e constituições em quais dizem que racismo é crime e que não é aceitável, o preconceito irá deixar marcas eternas em gerações por gerações, as quais talvez nunca poderemos superar.
Após várias histórias vindas não apenas da minha mãe, mas por familiares e amigos, posso dizer que tenho um papel importante como cidadã, que possa fazer com que essas pessoas machucadas principalmente pelo racismo possam se sentir mais seguras e confortáveis. Ser anti racista não é uma escolha no mundo onde vivemos, e sim uma obrigação para fazermos desse mundo um lugar mais agradável.