Uma das principais críticas à cultura do cancelamento é que ela pode ser injusta e prejudicar indivíduos sem dar-lhes a oportunidade de se retratarem ou mudarem suas opiniões. Isso pode resultar em um ambiente hostil em que as pessoas são julgadas por seus erros passados e não por suas ações atuais. Além disso, a cultura do cancelamento pode criar uma dinâmica em que as pessoas são incentivadas a se ofender e acusar os outros de comportamento inadequado, sem espaço para o debate e o diálogo crítico.
Além disso, a cultura do cancelamento parece estar em conflito com alguns dos princípios fundamentais da justiça social, especialmente aqueles relacionados à tolerância e ao respeito mútuo. A justiça social busca criar uma sociedade mais igualitária e inclusiva, em que todas as pessoas são tratadas com dignidade e respeito. No entanto, a cultura do cancelamento muitas vezes envolve a desumanização e a violência contra aqueles que são considerados "inimigos" ou "ofensivos", sem levar em consideração suas circunstâncias pessoais ou sociais mais amplas. Segundo o filósofo Michel Foucault define este movimento como microfísica do poder. Ele diz que o poder está concentrado na rede que liga todos os indivíduos de um grupo por meio de saberes e discursos. Ou seja, um grupo de pessoas conectadas têm o poder de julgar e "cancelar" outra, mesmo que nenhuma delas - ou a minoria delas - esteja em posições privilegiadas. No Brasil, há dois casos recentes e grandes que alvoroçaram o mundo virtual. Um foi o da cantora e rapper Carol Konká, que participou do reality show Big Brother e despejou falas e atitudes altamente condenadas pelos seguidores do programa. Ela sofreu muitas represálias, inclusive ameaças físicas, que fizeram com que ela deixasse o programa escoltada por seguranças para um lugar desconhecido do público.
Por fim, a cultura do cancelamento é criticada por não promover a mudança a longo prazo e a conscientização de questões sociais. Embora possa ter efeitos de curto prazo, nenhuma mudança real pode ocorrer sem esforços de conscientização, educação e diálogo crítico. Em vez de simplesmente cancelar ou boicotar, precisamos de uma abordagem mais engajada, que envolva o diálogo e a construção de pontes entre diferentes grupos e opiniões.Em suma, a cultura do cancelamento pode ser vista como uma contradição à própria ideia de justiça social. Embora possa haver situações em que o cancelamento é justificado, precisamos tomar cuidado para não cair em dinâmicas que são injustas, intolerantes e conflitantes com nossos valores sociais e políticos mais amplos.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada