No poema 'Epílogo', Robert Lowell pergunta: "Mas por que não dizer o que aconteceu?". Essa mesma citação foi usada pelo protagonista da obra literária 'Por Lugares Incríveis', da autora Jennifer Niven, pouco antes do mesmo suicidar-se. Sob o mesmo ponto, o protagonista, Theodore Finch, indaga sobre não conseguir falar sobre o que está acontecendo com ele, esse mesmo pensamento pode ir de encontro da falta de acolhimento que pessoas com tendência suicida recebem, criando o medo de expressar seus sentimentos, pois não acreditam que podem realmente serem ouvidas. Além disso, à falta de preparação e conhecimento dos demais indivíduos reforça esse medo e cria estigmas e a desvalorização desse assunto no meio social, aumentando os níveis de dificuldade no combate ao suicídio.
Primordialmente, é de suma importância ressaltar à falta de atenção que pessoas com maior propensão ao suicídio recebem. Apesar do alerta devido à grande taxa de suicídios e de campanhas como o 'CVV' (Centro de Valorização da Vida), ainda há pouca concentração de receptividade. Sob essa ótica, a série '13 Reasons Why', apresenta a protagonista Hanna Baker, que passa por inúmeras problemáticas na sua vida, e após procurar e não receber nenhuma ajuda, também se suicida. Dessa maneira, é evidente que a maior causa desse problema pode ser relacionado a escassez de preparo que a sociedade possuí nesse quesito, visto que a ajuda para ser realmente eficaz precisa ser bem formada.
Sendo assim, embora conhecendo o problema, ainda há poucos recursos que foquem na orientação do corpo civil, como a família, escola e em grande massa, a Internet. A carência de conhecimento tira o foco do indivíduo que necessita da ajuda e se concentra na propagação de estigmas, por exemplo, "é para chamar atenção", isso acaba menosprezando a vítima e seus sentimentos, tendo como consequência uma fatalidade que pode ser evitada.
Portanto, é imprescindível que o Ministério da Saúde amplifique e crie campanhas para o combate e a conscientização do suicídio. Bem como introduzir profissionais habilitados para proporcionar auxílio maior capacitado nas escolas, universidades e, principalmente, no Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de gerar ajuda para as potenciais vítimas e habilitar o meio social para cooperar e ajudar a combater os fatos. Paralelamente é vital que a mídia – instrumento de ampla abrangência – introduza, através de comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos mais informações a respeito do suicídio para cooperar na concretização em relação à sociedade em geral. Desse modo, os cidadãos se tornaram mais informados, podendo assim amenizar as fatalidades e diminuir gradativamente casos como o de Theodore Finch e Hannah Baker, pois dizer o que aconteceu sempre será a primeira escolha, e assim evoluir no combate contra o suicídio entre os jovens no Brasil.