Avidez Inconsciente

O Nilo com mais de 7 mil quilômetros de extensão, é o rio mais longo do planeta. Por percorrer um continente onde a escassez hídrica é notória, ocasiona uma rivalidade à cerca de 10 países pelo controle de suas águas. Contraditoriamente, o Brasil tem quase 1/5 da água doce do mundo. Negligencia sua glória, com um consumo desmedido e a assolação de suas bacias hídricas.
No Centro-Oeste, estão localizadas as nascentes mais importantes do Brasil. Batizado como “Berço das águas”, o Planalto central é o bioma que ocupa 1/5 do território, por ser estimado, é o atual capital para a agropecuária, que usa cerca de 70% da água consumida no país. Segundo a coordenadora do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Isabel Figueiredo, o desmatamento desgovernado impacta na frequência das chuvas, pior, também na capacidade do solo de absorver água, reconduzindo-a aos rios. Ocasionando em incêndios como o do Pantanal em setembro de 2020, “Apenas as reservas hídricas da Amazônia não são suficientes para atender a demanda de chuvas do país”, afirma.
Por analogia, o brasileiro imprime um desempenho inconsequente. De acordo com a ONU, um humano adulto precisa de 110 litros de água por dia, 3.3 mil litros por mês para atender suas necessidades. No Brasil, uma pessoa consome 154 litros de água por dia, mais que necessário, totalizando 56.210 litros por ano.
Ainda que o intoxicante consumismo global demande recursos valiosos. Persuadir o ser humano para um consumo sustentável pelo incitante poder midiático. Promover um debate público na bancada diplomática, a fim de criar um modelo de gestão de águas subterrâneas. Recua o atual cenário decadente e afasta a nação de uma realidade lamentável, deprimente e sedenta.