Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam 45% da população economicamente ativa no Brasil. Contudo, mesmo ocupando expressivamente o mercado de trabalho, a população feminina ainda não tem uma significativa representatividade, principalmente no âmbito político. Tal questão está diretamente relacionada ao machismo estrutural presente na sociedade brasileira e à falta de espaço para debates acerca do tema.
Em primeiro plano, é relevante destacar que a sociedade brasileira foi erguida com base no machismo, o que explica a pouca representatividade feminina em cargos de importância. Assim, mesmo tendo grande participação no mercado de trabalho, as mulheres ainda não ocupam espaços tradicionalmente ocupados por homens, pois são desvalorizadas profissionalmente e não conseguem ascender socialmente, visto que são consideradas inferiores pelos homens.
Em segundo lugar, é perceptível a ausência de debates sobre a temática, uma vez que não há espaço para tal na atual sociedade. Conforme o pensamento de Sérgio Buarque de Holanda, a cordialidade brasileira é caracterizada como uma visão mais emotiva dos problemas sociais. Em analogia ao sociólogo, pode-se afirmar que a cordialidade atrasa a resolução da questão, pois o povo brasileiro tende a banalizá-la. Em razão disso, o movimento feminista ainda luta para conseguir conscientizar a população e o governo sobre a importância de haverem tais discussões.
Diante disso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Cultura, promover espaços para debate por meio de palestras ministradas por mulheres em escolas de nível fundamental e médio, com o intuito de educar jovens meninas sobre suas próprias forças.