O cenário da ocupação militar na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, ilustra a crise do sistema de segurança pública brasileira, crise que vem agravando a insegurança da população e que afeta o cotidiano de muitos civis. Isso se deve, em fato, não apenas pela falta de recursos e investimentos do setor público mas também pela crise educacional que agrava a desigualdade social. Tendo isto em vista, é de suma importância o desenvolvimento de propostas que intervenham esse impasse.
Em princípio, podemos destacar a ausência de reformas que corrijam as faltas cometidas pelo sistema de segurança na proteção de civis, como por exemplo, o uso abusivo da força e autoridade da polícia em conflitos. Podemos apontar como panorama histórico o período militar que influi no comportamento autoritário da polícia que, contudo, só intensificou a violência. Somando então com a falta de investigação jurídica, o mal uso do encarceramento e a falta de investimentos em segurança, que segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública é de apenas 1,5% do PIB, é possível apontar a necessidade de reformas constitucionais no sistema com foco na melhoria da proteção dos cidadãos.
Por outro lado, destacar o papel da educação é fundamental já que evidencia grande poder de transformação, entretanto, o sistema educacional não é abrangente o bastante, considerando a falta dela em comunidades carentes e áreas rurais, o que acaba levando muitos jovens para o mundo do crime e aumentando os índices de criminalidade.
Infere-se, portanto, que é alarmante a situação da segurança pública no Brasil. Com isso, é necessário que o governo revise a distribuição de verbas visando a melhoria da segurança civil e também que o Conselho de Segurança Pública iniba a conduta violenta de policiais através de reformas nos departamentos. Ademais, por meio de projetos e mais oportunidades de cursos profissionalizantes, o Ministério da Educação deve promover a cidadania e a maior chance de condição de estudo e trabalho aos indivíduos.