Historicamente, o papel da figura feminina se consolidou no viés de cuidar da casa e da família. Este fato contribuiu para que as mulheres tivessem a oportunidade de atuar ativamente nas ciências biológicas. Porém, seus feitos raramente são devidamente reconhecidos sob as linhas da história.
Émile Durkheim, sociólogo e filósofo, acreditava que o homem e a mulher, por biologia, estariam mais aptos a realizar determinadas tarefas. Pensamentos como esse embasam comportamentos sociais até os dias atuais, como machismo e sexismo. Para as mulheres, designou-se a tarefa de zelar pelo bem estar físico e social da comunidade, na qual desencadeou nas contribuições significativas nas áreas das ciências da saúde. Figuras como Anna Nery e Florence Nightingale exemplificam a importância dos trabalhos femininos no âmbito hospitalar.
Apesar de inegável a existência de inúmeras referências de mulheres na área da saúde, o reconhecimento de seus trabalhos não é proporcional ao nível de contribuições que as mesmas ofereceram para a humanidade. Seja pelo machismo ou por outros fatores, ainda hoje é possível observar o reflexo dessa atitude perante as mulheres da saúde, pois para que uma mulher seja reconhecida, seu trabalho no meio científico deve ser impecável, além de, simultaneamente, essa mulher gerir a casa e a família, o que não é esperado de um homem cientista da saúde. A Covid 19 explicitou tal fato, visto que mulheres médicas foram sobrecarregadas de trabalho e culpadas por expor sua família aos riscos de um vírus então desconhecido.
Portanto, é preciso que ações de reconhecimento e valorização destas profissionais sejam realizadas. O Ministério da Saúde aliado ao Governo Federal deve promover, divulgar e incentivar financeiramente pesquisas nas áreas da saúde realizadas por mulheres, através de programas de extensão nas faculdades Federais do país, para que trabalhos femininos nas ciências da saúde ganhem sua devida notoriedade.