No romance "Ensaio sobre a Cegueira", do escritor José Saramango, ocorre um debate sobre a doença "Cegueira Branca", a qual representa o egoísmo e alienação que cegam o ser humano dos problemas reais. De modo, análogo esse preceito reverberar no Brasil ao observar o quadro de ignorância frente aos empecilhos postos aos estigmas associados ao HIV. Nesse contexto, para solucionar o problema citado, faz-se profícuo discutir sobre a omissão do Estado, bem como a escassez de debate frente à situação exposta.

Nesse sentido, a displicência do Estado é uma das causas mais antagônicas no que tange a comunidade com essas infecções sexualmente transmissíveis. Em face disso, conforme Max Weber, jurista alemão, a burocracia tem a função de organizar, por critérios racionais, a administração de um país, com o fito de garantir sua produtividade em suas ações. Todavia, tal premissa, na realidade, é deturpada pela Governança Nacional, posto que a insuficiência do aparato institucional rompe com a homeostase do corpo civil, e transgride as determinações da Constituição Federal, que assegura o bem-estar de cada cidadão. É inaceitável, desse modo, que o Estado — enquanto agente responsável pelo povo — perpetue estratégias letárgicas para amenizar essa conjuntura negativa.

Outrossim, a ocorrência de tão contestável desinteresse ou ignorância, corrobora com o hodierno cenário, decorre da falta de debate sobre a problemática. Isso posto, o filósofo Michel Foucault disserta, em seus estudos em relação às palavras proibidas, que a sociedade tende a considerar como Tabus assuntos que causam desconforto. Nessa lógica, tal conceito de Michel encontra-se efetivada do corpo civil brasileiro, posto que a sociedade não buscar se informar e debater a respeito da importância da dissertação acerca da HIV e seus males, tornando, indubitavelmente, a resolução desse óbice quase utópica. Dessa feita, fica evidente que a ausência de conversação serve de base para catalisar esse quadro hediondo, o qual precisa ser mitigado rapidamente.

Dessarte, em virtude desses nocivos episódios, é primordial atenuar os estigmas associado ao vírus HIV na sociedade brasileira. Para tanto, o Governo Federal — responsável pelo bem-estar coletivo — deve promover palestras, por via de canais televisivos e em escolas, visando minorar a vergonhosa postura do Governo, e trazer maior entendimento aos fatos supramencionados anteriormente. Em paralelo, afigura-se basilar que o Ministério da Cultura e Educação atue, por meio de projetos consistentes, na elaboração de políticas públicas efetivas para mitigar o imbróglio, a fim de manter a homeostase social.

@Darkoflord5 Boa noite, meu jovem. Li a sua redação, o conjunto da obra é bom, é perceptível que houve um mínimo cuidado na hora de separar os argumentos e seus respectivos repertórios. Fiz várias correções ao longo da redação para nortear você sobre o porquê de 800. Espero que ajudem! Bons estudos.

Introdução
Gostei de como iniciou o parágrafo com a obra de Saramago, um repertório que destoa daqueles que a maioria sempre emprega. No entanto, não sei se foi erro de digitação ou mesmo pontuação e, posteriormente, de concordância no trecho "De modo, análogo esse preceito reverberar no Brasil ao observar o quadro". O melhor a ser feito é unir o "de modo" e "análogo" para formar um só conectivo (de modo análogo) e, assim, concordar corretamente o verbo reverberar no sentido que gostaria de inserir. Logo, "De modo análogo, esse preceito reverbera no Brasil ao ser observado/observar-se o quadro".
Acho também desnecessário ter criado outro período para mencionar seus dois argumentos, poderia muito bem tê-los colocado no anterior, dando até mais liga entre o tópico frasal e os pontos de vista. Vai aí um exemplo: [...] frente aos empecilhos postos aos estigmas associados ao HIV, como por exemplo, a omissão do Estado, bem como a escassez de debate diante [frente] ao exposto [à situação exposta]. Nesse contexto, é urgente a tomada de medidas a fim de solucionar tais adversidades/impasses/entraves.

1o Desenvolvimento
Procure não se referir ao HIV (e demais enfermidades como essa) com a terminologia Doenças Sexualmente Transmissíveis, e sim com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST, na sigla). É uma mudança recente instituída pelo Departamento de Vigilância. E, também, a forma como se expressou deixou, ao menos para mim, as infecções num cunho pejorativo (opte pelo "tais"). Outro ponto que não me incomoda, mas vale ressaltar: muitas palavras complexas; busque, se quiser, por termos semelhantes e de melhor compreensão.
Analisando sob uma ótica geral, achei interessante esse parágrafo, o repertório é novamente diversificado - rompe com a mesmice do Contrato Social - e a inserção do seu ponto de vista se mostrou coesa.

2o Desenvolvimento
No tópico frasal, houve a separação do sujeito ("a ocorrência de tão contestável desinteresse ou ignorância") e do verbo ("corrobora") na oração pela vírgula, que, querendo ou não, compromete sua nota na Comp. 1. Sugiro o seguinte: "Outrossim, a ocorrência de tão contestável desinteresse ou ignorância corrobora com o hodierno cenário, decorrente da falta de debate sobre a problemática."
Talvez seja outro erro de digitação em "encontra-se efetivada do corpo", sendo o certo "no".
Ao todo é um parágrafo legal, estruturadinho, outro repertório bom e variado. Só senti falta de um exemplo, quem sabe um caso dessa carência de conversação - alguma notícia ou algo similar deixaria ainda mais completo.

Conclusão
Na conclusão é sempre importante retomar de forma sucinta seus dois pontos de vista, de preferência no começo do parágrafo.
Sem necessidade do "anteriormente" em "supramencionados anteriormente". O prefixo supra já denota a ideia de algo anterior.
Sinceramente, seu texto foi empolgante, despertou a minha leitura pela variabilidade de repertório, porém as propostas de intervenção ficaram um tanto vazias. Palestras e projetos consistentes, como assim? Explique abreviadamente isso, quais tipos de projetos seriam esses.
Sempre bom retomar o que fora dito na introdução, principalmente no seu tópico frasal, evidenciando o projeto de texto para o corretor, ou seja, que o candidato teve todo um preparo antes de escrever a redação, e não pegou simplesmente a folha e escreveu aquilo que deu na telha. "[...] a fim de manter a homeostase social, distanciando-se do examinado por Saramago" Fica ótimo.