A princípio a música “triste louca ou má” da banda Francisco el Hombre retrata a realidade da mulher brasileira que ao se recusar a seguir receita tal: os padrões que a sociedade, impõe, é oprimida e qualificada como triste, louca ou má. Por analogia toma-se o conhecimento que muitas dessas arbitrariedades resulta em morte causada por um indivíduo tal qual cresce vivenciando o impasse na rua, dentro de casa, ou até mesmo pela própria ‘dona do lar’. Dessa forma, a violência contra a mulher persiste conforme a notícia da Folha de São Paulo que registrou a crescente taxa de feminicídio em 2019 com 7,2% de casos comparada aos outros anos.
A série ‘Anne with an E’ narra a história que se passa no século XIX, sobre uma órfã que ao ser adotada por um casal de irmãos gêmeos descobre que não era desejada por pertencer a outro sexo e assim ela sofre com uma série de tabus no decorrer da trama. Nesse sentido, nota-se que não houveram muitas mudanças em relação ao preconceito existente visto que ele não vem somente do homem, como também de uma mulher e isso explica o fato de que o machismo ainda perdura. Tal exemplo encontra-se no discurso da Deputada Damares: “menino veste azul e menina veste rosa”, reforçando ainda mais essa discriminação.
De acordo com a Constituição, a segurança pública é dever do estado, direito e responsabilidade de todos. Entretanto, é inadmissível que mesmo após a promulgação da lei Maria da Penha que corrobora ainda mais a pena contra os agressores, a proteção a vítima ainda seja insuficiente. Segundo a CPMI, 4,5 mil inquéritos foram engavetados em razão do acumulo de depoimentos e da carência de delegacias da mulher no país. Desse modo, os crimes persistem pelo fato que assim o agressor vê uma brecha para continuar a cometer seus atos.
Portanto, urge que medidas sejam tomadas para minimizar o problema que é motivado pela ausência da conscientização dos direitos da mulher e pela falta de medidas mais rígidas de defesa. Por conseguinte, o governo deve por meio do ministério da mulher, da família e dos direitos humanos elevar o número de delegacias da mulher e casas abrigos e fortalecer as medidas protetivas bem como restringir os locais de proteção, como também por meio do ministério da educação, promover palestras abordando sobre a violência e abusos nas escolas. Pois somente assim elas terão liberdade para dançar conforme outra letra da música Francisco El Hombre que aborda sobre o mesmo tema, tal qual convida Maria a sentir o calor da rua.