Segundo a Constituição Federal de 1988, todos os indivíduos têm pleno direito à cidadania. No entanto, a questão da invisibilidade e registro civil fere esse direito legal pela falta de efetivação do poder estatal. Logo, urge a análise das consequências e, também, das causas para a urdição eficaz.
Precipuamente, é fulcral pontuar que a invisibilidade no campo civil brasileiro deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, crianças crescem sem registro e tornam-se adultos sem registro. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de maneira urgente.
Ademais, é imperativo ressaltar os graves índices de pobreza e analfabetismo como promotores do problema. De acordo com dados do IBGE, mais de um milhão de crianças não possuem registro geral, CPF e registro civil no território nacional e, partindo do pressuposto de que crianças e adultos precisam de tais para terem acesso aos seus direitos básicos, como educação e saúde, tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que as estatísticas de pobreza e analfabetismo nas diferentes faixas etárias contribuem para a perpetuação desse quadro deletério.
A partir disso, o instrumento normativo da cidadania será colocado em prática, e o imbróglio intermediado.