Na obra "Cidade do Sol", criada sobre a perspectiva do filósofo Tommaso Campanella, ocorre a ilustração de uma sociedade perfeita, livre de penúrias. No entanto, distante dessa utopia, a população brasileira encontra-se estagnada perante obstáculos indesejados, os quais afetam a vivência coletiva. Nesse contexto, o desamparo da terceira idade na realidade da geração pós-moderna inclui-se como um dos empecilhos presentes nessa realidade, sendo lamentavelmente sustentado pela ineficiência do suporte governamental e, além disso, a negligência social.
Diante desse cenário, ressalta-se que é digno de todo ser humano a oportunidade de envelhecer bem, entretanto, o descuido referente a essa fase da vida causa danos terríveis para os membros do corpo social. A esse respeito, atesta-se a perenidade da indiligência do Poder Público no fornecimento de: infraestruturas adequadas para os indivíduos maiores de 60 anos no âmbito civil, acesso qualitativo de saúde e inclusão digital, fornece o desenlace do isolamento e da exclusão dos idosos na participação da evolução tecnológica e comunitária. Dessa forma, ao analisar o Índice de Desenvolvimento Humano - instrumento cujo objetivo é avaliar fundamentos de saúde, educação, renda e, sobretudo, a qualidade de vida -, é possível notar que o Brasil padece com adversidades, como a problematização relacionada à terceira idade, o que prejudica o seu desenvolvimento devido à dificuldade de implementar iniciativas em prol do bem-estar coletivo. Logo, atitudes resolutivas tornam-se imprescindíveis.
Ademais, no tocante à omissão social, supõe-se que essa questão também desempenhe papel de impulsionadora da problemática. Haja vista tal ocorrência, a máxima premissa associada ao filme "Up- Altas Aventuras" exibe de forma sadia como deveria ocorrer a interação entre jovens e idosos, reforçando a ideia de que o envelhecimento é uma etapa iminente para todos, a qual transmite renovação e solapa a estagnação. Em contrapartida, as pessoas estão cada vez mais displicentes em relação aos idosos, tendo enraizados em sua estrutura sentimentos de iniquidade e desamor. Sob esse viés, a elevação dos índices de abandono e maus tratos resultantes da negligência social reforça a concepção de que a sociedade não será eximida das consequências em caso de continuidade desse infortúnio. Decerto, a situação apresenta-se como caótica, porém, mutável.
Colige-se, portanto, que medidas são necessárias para dirimir os impactos causados pela discriminação dos idosos e pela dificuldade de encaixá-los no novo ambiente social. Destarte, cabe à União- enquanto entidade complacente e encarregada pelo conforto coletivo- viabilizar estruturas civis e mecanismos aptos para atender as necessidades dos membros incluídos na idade madura, desde a presença de profissionais postos para auxiliá-los em locais públicos até na promoção de campanhas públicas equitativas com atividades pragmáticas direcionadas para instruções de saúde, cuidados preventivos e utilização de mecanismos tecnológicos, por meio dos tributos compulsórios recolhidos da população. Outrossim, fomentar as publicidades nas principais redes midiáticas governamentais com o rol completo de dicas de como deve-se valorizar a pessoa idosa, na finalidade de disseminar a inclusão e a boa convivência entre a terceira idade e a geração pós-moderna. Assim, a sociedade poderá desfrutar dos benefícios da cidadania e, naturalmente, poderá assemelhar-se a obra de Campanella nos quesitos de igualdade, justiça e prosperidade.