No romance “Utopia”, do escritor inglês Thomás more, é retratada uma civilização idealizada, na qual a engrenagem social é altamente segura e desprovida da problemas. Tal obra fictícia, mostra-se distante da realidade contemporânea, uma vez que o trabalho infantil na realidade brasileira, ainda é um problema a ser combatido. Esse panorama lamentável ocorre em razão da desigualdade social e da educação de baixa qualidade. desse modo, torna-se fundamental a análise desse conjuntura para reverter esse quadro.
Sob esse viés, é fulcral pontual que um dos principais fatores que leva crianças e adolescentes a ingressarem no mercado de trabalho precocemente é a situação de pobreza e miséria familiar. Conforme atesta uma pesquisa públicada pelo IBGE, 42,2% das crianças que trabalham no Brasil são da região do nordeste, evidenciando a carência de infraestrutura no estado. Isso por sua vez, mostra-se visível a que o ciclo de pobreza familiar induz menores a recorrer ao trabalho informal na tentativa de completar a renda de sua moradia, fazendo com que percam seus direitos como crianças, sendo eles lazer e estudos. Desse modo, torna-se fundamental a análise dessa conjuntura, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Ademais, é imperativo ressaltar a educação de baixa qualidade como promotor desse problema, intensificando a possibilidade de evasão escolar e consequentemente aumentando a ingresão de jovens no mercado de trabalho. Nessa perspectiva, Nelson Mandela, afirma que, “A educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo”. Contudo, a realidade vivida pela camada mais carente da população escancara uma desigualdade de oportunidades no acesso à educação, o que leva a crer que a escola pouco agrega ou oferece poucas perspectivas de futuro. Logo é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Infere-se portanto, a necessidade da mitigação dos entraves em prol da diminuição do trabalho infantil no Brasil. Assim cabe ao poder público, em parceria com a UNICEF, órgão com o intuito de promover os direitos o bem-estar das crianças. Por meio de, palestras e debates, desenvolver formas de fiscalização eficientes com a finalidade de evitar a prática do trabalho infantil e assegurar a efetivação dos direitos referentes a vida, como defende a UNICEF. Desse modo, atenuar-se-á em médio e longo prazo, o impacto nocivo desse problema e a coletividade alcançará a “Utopia” de More.