Conforme Confúcio, filósofo chinês, afirmou: se queres prever o futuro, estuda o passado. De maneira análoga a isso, é evidente que, no cenário contemporâneo brasileiro, o racismo está intimamente ligado à lenta mudança na mentalidade das pessoas, visto que apesar da abolição da escravatura ter sido efetivada no século XIX, a opressão contra a população negra é constante. Sob tal ótica, a má influência de ações constitucionais e a lacuna de representatividade, são aspectos relacionados à problemática.
A princípio, no que se tange ao tema, é imprescindível destacar a má influência das autoridades como um grave empecilho. De acordo com o relatório da Rede de Observação da Segurança, grupo de estudos sobre violência, aproximadamente 78% dos negros são mortos pela polícia. Desse modo, se a própria constituição criada para garantir a segurança pública e proteger a população comete tal crueldade e preconceito, quem dirá a sociedade. Torna-se primordial, portanto, que as autoridades saiam da imobilidade em que se encontram.
Em segundo plano, convém ressaltar que a lacuna de representatividade é um impasse que carece um olhar mais crítico de enfrentamento. Isso porque, segundo o rapper Mano Brown, não se vê pessoas negras na televisão. Nessa perspectiva, a negligência da Mídia é frequente, uma vez que os negros apenas são chamados para participar de programas de televisão para contar tragédias pessoais, no aniversário da Lei Áurea e/ou no dia da Consciência Negra. Dessa maneira, embora não pareça, os fatos mencionados contribuem para as pessoas enxergarem, de forma preconceituosa, a população negra como um povo sofrido e excluído.
Logo, são indispensáveis medidas para combater o racismo no hodierno cenário brasileiro. Faz-se necessário que a Mídia aumente a representatividade de pessoas negras nos programas de televisão, a fim de empoderá-los como protagonistas em novelas e apresentadores de programas de grande audiência. Ademais, cabe ao Governo, junto ao Poder Legislativo, reforçar as leis que já existem, e garantir a eficácia delas, para punir, sem direito à fiança, os criminosos que cometerem tal brutalidade. A fim de estabelecer, de fato, justiça e igualdade à toda população independente da sua diversidade racial. Se essas medidas forem tomadas, tal problemática não terá mais vínculo na atualidade e será vista, definitivamente, apenas como parte do passado.