Segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 46,7% das brasileiras sofreram assédio sexual no ano de 2022. O senso traz dados sobre o número de mulheres molestadas, entretanto sabe-se que estes não abrangem os indivíduos brasileiros como um todo, excluindo homens e crianças. Enfatizando o assédio sexual feminino, o corpo social, omite a violência contra crianças e homens.
Diante desse cenário, ações que ferem a integridade sexual infantil são normalizadas e corriqueiras no dia a dia. Pequenas brincadeiras dentro de casa, como tocar as partes íntimas dps pequenos, dar tapinha na bunda, beijos na boca e tantas outras ações, tendem a implantar na inocência das crianças a ideia de que qualquer toque em seus corpos seja um ato de carinho. A candidez infantil facilita a ação dos agressores e dificulta a denúncia, já que as crianças convivem com o assédio mascarado como brincadeira.
Concomitantemente, as denúncias de assédio contra homens são incomuns. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1,8 milhão de homens declararam ter sofrido violência sexual, entretanto como os assediadores em sua maioria são homens, as vítimas se sentem envergonhadas, o que as impede de registrar o boletim de ocorrência. O menor número de registros decorre graças a sociedade machista em que vivemos, onde até ser vítima de violência sexual é sinônimo de masculinidade frágil.
Portanto, vemos que há um grande desafio para criminalizar o assédio sexual infantil e masculino. Sendo assim, cabe ao Ministério da Educação em ação conjunta as Secretarias de Educação Municipal, fiscalizar e reforçar o ensino da educação sexual nas escolas, principalmente nas de ensino infantil; lançar campanhas de conscientização dentro das comunidades para quê os casos de assédio sexual sejam denunciados, de forma que a vítima esteja sempre segura.