De acordo com a filósofa Hannah Arendt, “a essência dos direitos humanos é o direito de ter direitos”. Observa-se que, infelizmente, isso não tem ocorrido na prática, visto que o descaso governamental e o individualismo são fatores preponderantes que prejudicam a doação de sangue no Brasil. Logo, tais mazelas devem ser sanadas em prol da plena harmonia social.
Efetivamente, segundo a Constituição de 1988, direitos básicos são assegurados à população, por exemplo, vida, saúde. Entretanto, isso não ocorre de maneira eficaz a todas as parcelas populacionais, haja vista o fato de ainda existirem desafios para tornar a doação de sangue uma prática efetiva e eficaz no país. Essa constatação pode ser feita, visto que há a nítida negligência governamental perante o problema, pois não existem propagandas e programas de conscientização para orientar a população. Desse modo, indivíduos sofrem perdas irreparáveis, morrem e têm, infelizmente, o direito à vida ferido.
Além disso, o individualismo existente em grande parte da sociedade é outro desafio que tem impedido a doação de sangue no país. Nesse sentido, segundo o filósofo Zygmunt Bauman, em sua tese “Modernidade Líquida”, a contemporaneidade é marcada pela volatilidade em relação a fragmentação dos laços afetivos. Isso é pertinente, sobretudo porque vários indivíduos – preocupados, unicamente, em satisfazer desejos laborais e pessoais – ignoram a escassez no estoque dos bancos de sangue. Tal situação impede a resolução do imbróglio e prejudica diversas pessoas a terem um tratamento satisfatório, então, vivem situações lamentáveis.
Portanto, cabe ao Estado investir maior parte do PIB na saúde para findar com os obstáculos na doação de sangue no Brasil. Isso deve ser feito por meio da disponibilização dessa verba para mais - e eficazes - palestras, programas e propagandas institucionais. Tal ação tem a finalidade de remediar não somente o descaso governamental, mas também o individualismo, o que irá concretizar o progresso da saúde no país.