O conceito de "Cidadanias Mutiladas", desenvolvido pelo geógrafo brasileiro Milton Santos, enfatiza que a democracia só é verdadeiramente eficaz quando abrange toda a sociedade. A partir dessa perspectiva, é possível observar que a realidade contemporânea brasileira está distante desse ideal democrático, uma vez que a negligência do governo e a deficiência na educação perpetuam uma preocupante negligência com o meio ambiente. Essa negligência com o meio ambiente é um problema sério, pois coloca em risco não apenas a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais, mas também a qualidade de vida das presentes e futuras gerações. Portanto, é fundamental analisar os principais impulsionadores desse contexto hostil: a negligência do governo e a deficiência na educação.
Sob esse ponto de vista analítico, é importante ressaltar, em primeiro lugar, que a ineficácia do Estado é um fator crucial para a existência desse problema. Isso ocorre porque, como mencionou o economista norte-americano Murray Rothbard, alguns representantes governamentais, ao adotarem uma abordagem individualista e visarem a obtenção imediata de capital político, negligenciam a preservação ambiental e as políticas de sustentabilidade. Tal negligência se manifesta em uma série de práticas, como a falta de investimentos em infraestrutura e tecnologias sustentáveis, a concessão irresponsável de licenças ambientais e a falta de fiscalização efetiva. Portanto, a omissão do Estado na preservação ambiental dificulta o acesso à cidadania, especialmente para comunidades vulneráveis, pois a degradação do meio ambiente afeta-as de maneira desproporcional.
Além disso, é importante destacar a lacuna existente no sistema educacional, a qual amplia essa situação. Isso ocorre porque, desde o século XX, quando o ex-presidente Vargas implementou um modelo tradicional de ensino, foi estabelecido um sistema educacional que negligencia o ensino de temas transversais, como educação ambiental e sustentabilidade. Essa falta de conhecimento afeta negativamente a conscientização da sociedade em relação à importância da preservação ambiental e às práticas sustentáveis. Logo, a ausência de uma educação ambiental adequada contribui para a perpetuação da negligência com o meio ambiente, pois não fornece aos estudantes as ferramentas necessárias para entenderem os impactos de suas ações no ecossistema e na qualidade de vida das pessoas.
Diante da problemática da negligência com o meio ambiente no Brasil, fica evidente que tanto a negligência do governo quanto a deficiência na educação desempenham papéis significativos nesse contexto. O governo, como agente responsável, precisa adotar medidas efetivas para combater a degradação ambiental, por meio da implementação de políticas públicas adequadas, fiscalização rigorosa e investimento em infraestrutura sustentável. Ao mesmo tempo, a educação deve ser aprimorada, com ênfase na inclusão de temas ambientais nos currículos escolares, capacitação de professores e conscientização da população sobre a importância da preservação ambiental. Essas medidas têm como finalidade promover uma sociedade consciente e responsável em relação ao meio ambiente, garantindo a sustentabilidade e o bem-estar das presentes e futuras gerações.

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