Em sua obra "Torto Arado", o célebre escritor Itamar Vieira Junior disserta sobre as desigualdades e mazelas sociais causadas principalmente pelo racismo e discriminação social. Configurando condições precárias à educação, segurança e moradia. Procedendo muitas vezes, trabalhos análogos à escravidão. Diante disso, a conjuntura dessa análise configura-se no Brasil atual, haja vista a escassez de serviços prestados em prol dessa população no Brasil.
Sob esse viés é válido ressaltar que a marginalização de índios e negros vêm se alastrando desde o período colonial em que a nobreza sujeitava-os ao trabalho forçado sem remuneração e direitos quaisquer. Na contemporaneidade, o artigo 5° da constituição demonstra que -todos são iguais perante a lei- o que na prática não se concretiza haja vista a desigualdade de oportunidades em que estes são sujeitados em todos os aspectos da sociedade.
Ademais é válido postular que este panorama histórico resulta a construção de estigmas dessa minoria, por exemplo, no mercado de trabalho em que a conquista de cargos mais altos são ocupados em sua maioria por pessoas brancas. Ou na área educacional, no que se refere à aquisição de conhecimento, são mais acessíveis às pessoas de maior poder aquisitivo. Desse modo, essa paridade de direitos ainda está longe de ser conquistada.
Portanto, cabe ao Poder Judiciário a interpretação dessas leis e a sua vigência na comunidade à fim de mitigar essa diferença de direitos. Outrossim, as ongs podem desempenhar também o papel fundamental de acolhimento dessa minoria na promoção de emprego, educação e informação ao corpo social, assim sensibilizando e informando sobre essas condições desiguais.Com a realização dessas medidas será possível avançar à quebra desses moldes coloniais presentes.