'Não troco o meu oxente pelo ok de ninguém'' frase verbalizada e defendida pelo escritor brasileiro Ariano Suassuna. Sob esse contexto, é evidenciado pelo autor que a normalização do preconceito linguístico na sociedade brasílica é presente e causa efeitos negativos. Diante disso, nota-se que a falta de valorização da diversidade cultural atrelado à desigualdade social são responsáveis pelo agravamento do problema. Logo, diante das razões que contribuem para esse infortúnio no corpo social brasileiro, intervenções são imprescindíveis.

Convém ressaltar que a não aceitação da variedade linguística é fator determinante para permanência do revés. Sob essa perspectiva, na obra literária ''Vidas secas'' de Graciliano Ramos, a família de Fabiano perde o ''poder de fala'' mediante a ausência de uma formação escolar. Diante disso, é notório que essa literatura não se distancia da realidade nacional, visto que a sociedade impõe a escritas padrão da língua portuguesa como a única a ser falada, inferiorizando, assim, pessoas que fogem desse modelo. Em decorrência, promovendo a exclusão social no ambiente de trabalho e escolar aos grupos mais vulneráveis.

Outrossim, nota-se que a discriminação aos costumes de dada população contribui, também, para o agravamento dessa questão. Sob esse viés, o artigo 215 da Constituição Federal de 1988 garante o direito à cultura como o bem de todos e estabelece que o Estado deve proteger e promover manifestações culturais no país. Desse modo, é evidente que a regulamentação é distinta do contexto atual, uma vez que os Órgãos Executivos não viabilizam projetos que propiciam a valorização dos hábitos de sua nação. Consequentemente, resultando na decadência de hábitos passados pelos seus ancestrais, tal qual o preconceito estabelecido em certas regiões.

Portanto, é imprescindível mitigar a normalização e os efeitos causados pelo preconceito linguístico no Brasil. Com vista a isso, urge que o Ministério da Educação, responsável pelas politicas educacionais a nível nacional, promova ações de combate ao problema, por meio de campanhas educativas nas instituições, com a finalidade de minimizar essa conjuntura. Outrossim, é dever das Mídias, cuja função é manter a comunidade informada, promover anúncios didáticos em programas televisivos, com o fito de exibir os impactos ocasionados pela prática dessa repressão. Assim, com essas ações, a frase defendida pelo escritor Ariano Suassuna venha a ser consolidada pela coletividade.