Na célebre obra de Maurício de Souza, “Turma da Mônica”, o personagem Chico Bento, um garoto do interior, quando reencontra seus amigos da cidade, é ridicularizado pela sua forma de falar. Ao sair da ficção, sem desconsiderar o contexto histórico da obra, nota-se, que o preconceito linguístico sucede frequentemente entre a população brasileira. A partir desse contexto, é imprescindível compreender que a discriminação linguista está relacionada a problemas socioeconômicos.

Primeiramente, vale ressaltar que apesar de todos brasileiros, comunicam-se utilizando a língua português, o idioma lusitano sofre variações em decorrência do lugar em que se vive e as condições enfrentadas pelo sujeito. Apesar desta diversidade no país, diversos indivíduos são ridicularizados por não utilizar a norma culta portuguesa. Segundo o professor Marcos Bagno, “Há um padrão imposto pela alta sociedade econômica e intelectual, evidenciando que o modo de falar da classe baixa, é incorreto, já que não dispuseram do acesso à língua culta.” Tal prerrogativa, contribui para que haja uma exclusão social no país, como resultado dessa alienação, quem não domina a norma culta de pronúncia, é impossibilitado de arrumar as melhores vagas de emprego ou subir de classe social e econômica.

Ademais, os problemas econômicos auxiliam no escasso acesso à educação. As pessoas que pertencem à baixas classes sociais, raramente têm acesso à educação, visto que desde cedo precisam trabalhar para levar sustento à família. Segundo a analista do IBGE, Marina, “O Brasil oferta educação a todos, no entanto, a dificuldade maior é manter os alunos presentes na escola, já que o Brasil é um país cheio de desigualdade”, portanto, é notório que uma família pobre e que não frequentou uma instituição escolar, dificilmente, terá condições de ofertar estudos para os filhos, por fim, essa população apenas dominará a linguagem informal e de menor prestígio para sociedade intelectual, por consequência disso, essa população é desprezada pelo mercado de trabalho, já que as melhores oportunidades são ofertadas para os que possuem melhor instrução escolar.

Portanto, faz-se necessário, minimizar essa questão. Desse modo, medidas devem ser elaboradas. Para isso urge ao Ministério da Educação, a criação de campanhas publicitárias, por meio das emissoras de televisão e redes sociais, com a finalidade de esclarecer que não existe uma forma correta ou errada de se comunicar, e que não se deve ser julgado, incapaz ou sem cultura por falar de forma diferente de outras pessoas. Cabe também, às escolas fornecerem palestras sobre a diversidade cultural e linguística, para que as crianças aprendam desde de cedo a respeitar as variações linguísticas contidas no país e a influenciar outras pessoas a praticar o mesmo ato. Assim como dito por Paulo Freire, “ A educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. E pessoas transformam o mundo” e dessa maneira teríamos uma sociedade menos preconceituosa.

Oi, @Pxvesq! Mais uma ótima redação

C1 - 160. Encontrei poucos desvios. Não encontrei falhas na estrutura sintática.
C2 - 200. Parabéns!
C3 - 160. Dessa vez, não vi um salto temático tão brusco na introdução, possivelmente pelo fato de o repertório ser uma obra que está inserida na realidade brasileira. Boa!
No D1, sugiro que se desenvolva mais a relação entre norma culta e prestígio social. De que forma ocorre a exclusão social de pessoas que são falantes de outras variedades linguísticas? Você abordou esse tópico ao citar a menor chance de empregabilidade e de ascensão social, mas a informação não foi suficientemente desdobrada. Além disso, a questão do mercado de trabalho apareceu no fechamento de ambos os parágrafos de desenvolvimento, o que não é aconselhável. É preferível expor a ideia uma única vez de maneira completa; repeti-la compromete a progressão temática.
C4 - 160. Novamente, o texto é bem articulado, porém certas repetições impedem a atribuição da nota máxima. Destaco algumas: a conjunção concessiva "apesar de", que foi usada duas vezes no D1, com proximidade considerável entre as duas ocorrências; a conjunção conformativa "segundo", que foi usada em ambos os parágrafos de desenvolvimento; e o conectivo explicativo "já que", que foi usado duas vezes no D2. Esses três mecanismos coesivos são operadores argumentativos, o que torna sua repetição mais grave.
C5 - 200. Parabéns! Sua proposta contém um meio evidente, além de uma ação, um agente, um efeito e um detalhamento.

Total - 880
Fantástico! Continue praticando e progredindo