O filme "O menino que descobriu o vento", mostra a vida de uma comunidade residente de uma região pobre da África, aonde sem a ajuda do governo, passam por dificuldades para terem acesso à alimentação e a outros recursos básicos. Para fora da ficção, também é esta a realidade de muitos brasileiros que sofrem de insegurança alimentar. Nesse sentido, é preciso analisar os fatores desencadeadores dessa problemática, sendo dois deles: a negligência governamental e a falta de empregos.
Em primeira análise, é válido salientar que o descaso dos órgãos responsáveis com os cidadãos que enfrentam desafios para terem uma alimentação digna é uma das questões que fomenta esse impasse. Segundo o art. 196 da Constituição Federal, a saúde é direito de todos e dever do Estado. Todavia, essa obrigação não é bem sucedida a toda a população, haja vista que inúmeros indivíduos adquirem doenças causadas pela má alimentação, não possuem acompanhamento com nutricionistas, e o governo não cria medidas para reverter essa situação pertinente na sociedade brasileira.
Ademais, é possível destacar que os obstáculos para se conseguir emprego estão associados a insegurança alimentar. Com as revoluções industriais, vem se tornando cada vez mais necessário ter um diploma que comprove seu conhecimento em determinada área, prejudicando pessoas de classe baixa que não tiveram acesso a uma educação de qualidade, e muitas vezes não chegaram a concluir nem o ensino médio. Sendo assim, como mencionado pelo filósofo Karl Marx, a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas. Ou seja, pessoas que sofrem de insegurança alimentar são totalmente esquecidas pelo Estado, já que se tornam ineficientes para o sistema.
Sendo assim, medidas devem ser tomadas para que essa realidade não se prolongue. A princípio, cabe ao Estado promover projetos eficazes que envolvam a distribuição de alimentos para famílias que passam por essas dificuldades. Por fim, os órgãos públicos precisam aumentar o número de vagas de trabalho ofertadas e também fornecer cursos especializantes gratuitamente, para que todos tenham acesso. Dessa maneira, com essas ações, será possível ter um País justo e igualitário para todos, como consta na Constituição Federal.