Maryccn00 escreveu:Na obra "Quarto de Despejo", a autora Carolina Maria de Jesus retrata a profunda situação de fome e miséria em que viviam os moradores da favela do Canindé, em São Paulo, mas décadas de 50 e 60. Fora da ficção, a obra representa simbolicamente a insegurança alimentar no Brasil, já que mesmo com o passar dos anos ainda vivemos essa realidade indesejável. Com isso, esse cenário degradante tem como origem na permanência da falta de acesso à alimentos adequados, que contribui para a intensificação da fome no País. Assim, aprofundam essa vicissitude não só a negligência governamental, como também a indiferença social.

Sob esse viés, a pouca assistência que o governo dar para essa parcela da sociedade, alicerça a insegurança alimentar no Brasil. Sendo que, de acordo com o filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado promover o bem-estar coletivo. Sob essa ótica, inúmeras famílias passam fome por não terem o poder aquisitivo necessário para suprir suas necessidades alimentícias. Isso ocorre devido a má distribuição de recursos financeiros, que o governo ainda insiste em deixar nas mãos daqueles que possuem maior poder de compra.

Ademais, o corpo social não dar a importância necessária para esse cenário preocupante. Desse modo, segundo o romancista equatoriano Juan Montalvo, "não há nada mais duro que a suavidade da indiferença". Nesse sentido, a sociedade, em sua grande maioria, só se importa com a sua própria realidade, esquecendo que ainda existe pessoas que passam fome diariamente. Dessa forma, esse egoísmo social impede que essas pessoas sejam ajudadas por aqueles que obtêm maiores condições de vida.

Portanto, é imprescindível a tomada de medidas para reverter esse quadro. Com isso, o Governo Federal, órgão responsável pela administração máxima do País, deve criar programas, como o Bolsa Família, para aumentar a renda da população mais pobre, por meio do Ministério de Desenvolvimento Social, com o intuito de ocorrer uma diminuição efetiva dessa chaga e que futuramente, ela seja inexistente no País. Paralelamente, o Estado deve promover campanhas sobre a insegurança alimentar no Brasil, para que a sociedade possa ter maior conhecimento sobre a situação atual e ter maior participação na erradicação da problemática, a fim de obtermos uma nação igualitária e justa.