No documentário "O dilema das redes", que divide-se entre trama fictícia e fatos reais, há uma reflexão feita por ex-funcionários de big techs sobre como o acesso a uma grande carga de informações advindas das redes sociais pode afetar a realidade das pessoas e a exagerada exposição do usuário diante de uma tela. Analogamente ao documentário, a sociedade atual está cada vez mais compartilhando e acessando conteúdo através do Instagram, Twitter, entre outros e esquecendo de viver a realidade palpável. Sendo assim, as redes sociais resultam, em território brasileiro, a alguns malefícios, o que indica ser um desafio que precisa do enfrentamento pelo Estado e pela sociedade civil.

Primariamente, é pertinente notar que as redes sociais influenciam diretamente nas decisões democráticas do país. De acordo com a pesquisa do Instituto DataSenado, estima-se que 45% dos entrevistados usaram as informações vistas em alguma rede social para decidir o seu voto. No entanto, é visível que o Estado negligencia a supervisão das fontes de informações compartilhadas na internet, uma vez que nem tudo visto nas redes é de fato verdadeiro. Sendo assim, a falta de confiabilidade pode trazer impactos enormes ao país e aos cidadãos que votaram no candidato equivocadamente.

Ademais, a população parece considerar as redes sociais mais relevantes que a vida real e que tudo gira sobre o eixo virtual. Segundo o filósofo Aristóteles, em uma de suas reflexões, o homem é um ser social. Sob essa ótica, embora a internet e os meios de comunicação digital colaborem com eficácia no contato entre indivíduos que estão à grande distância um do outro, é perceptível que o ser humano está trocando suas horas - antes passadas com outras pessoas ou fazendo algo produtivo - para consumir o conteúdo lançado nas redes sociais.

Portanto, diante do exposto, são necessárias intervenções capazes de vencer os impasses causados pelo mal uso das redes sociais. A fim de alcançar seu uso saudável, é dever do Ministério da Comunicação, por intermédio de verbas orçamentárias, implantar programas que modifique o olhar da população através de palestras concientizadoras e campanhas que ajudem os cidadãos a deixarem os celulares, computadores, tablets e outros de lado para viver experiências fora das redes com a ciração de aplicativo que alerte para o uso excessivo. Dessa maneira, além de tornar sua utilização aceitável, irá melhorar a relação física entre as pessoas.