Na obra cinematográfica “O Lobo de Wall Street” é possível observar a magnitude da interferência das oscilações econômicas no dia a dia da população, quando é mostrada a perda do emprego do personagem em um dia de crise na bolsa de valores. Nessa lógica, em alinhamento com a realidade atual no país, se observa a interdependência entre o consumidor e o produto, uma vez que qualquer alteração na condição de uma parte produz consequências para a outra. Dessa maneira, é necessário que se compreenda o endividamento da população brasileira como um fenômeno não só econômico mas social, que se estende ao abranger pessoas de todas as classes e precisa ser controlado. Sendo assim, medidas no âmbito da educação financeira e renegociação de dívidas devem ser tomadas para uma melhor qualidade de vida.
O consumo desenfreado é pauta em várias adaptações artísticas, revelando a extensão de seu problema. No filme “Os delírios de consumo de Becky Bloom” sua necessidade de adquirir cada vez mais produtos não essenciais a coloca em uma situação monetária difícil, como acontece diariamente com parte da sociedade. Concomitante a isso, há um maior investimento nas propagandas de tais produtos, sendo facilmente propagadas pela rapidez no acesso à internet na atualidade, o que aumenta o interesse e quantidade de possíveis compradores. Tal situação se escancara como um problema pela ineficiência de uma rede concreta de educação financeira como obrigatória e difundida no Brasil, resultando em maior dificuldade na mitigação de seus malefícios.
No entanto, levantamentos feitos por veículos jornalísticos como Exame mostram que cerca de 20% das dívidas são em contas básicas como luz, água e energia. Desse modo, se torna cada vez mais essencial a extensão de iniciativas de quitação de dívidas, como a do início de 2023 difundido pelos jornais, que incentive a procura de quem necessita e privilegie ambos os lados, para que não haja circulação do dinheiro que talvez nunca fosse ser recebido pela condição financeira atual dos devedores e negociações que acabam por tornar possível a quitação de tais débitos.
Portanto, é indispensável que o governo, órgão responsável pela manutenção do bem estar dos brasileiros, por meio de iniciativas público-privadas, desenvolva programas para aumentar a consciência financeira no país, tornando cada vez menores os números de inadimplentes. Além disso, empresas e bancos devem criar condições favoráveis para os pagamentos necessários, visando uma balança comercial favorável para os vendedores e compradores.