Desigualdade social - Um planeta, dois mundos
A obra "Até o verão terminar", da autora Collen Hoover, conta sobre a reviravolta que a vida de Beyah dá quando ela vai morar com o pai, após a morte da mãe. Acostumada a viver num mundo de miséria e pobreza, Beyah sofre um choque social com o seu novo mundo, a classe média. Análogo ao livro, a desigualdade social é uns dos maiores problemas da humanidade, provoca a divisão da sociedade em classes, além de ser o grande obstáculo para a mobilidade social. A erradicação deste problema é o grande desafio do século.
Sobre essa perspectiva, a autora norte-americana aborda problemas causados pela desigualdade social, entre eles está à fome. A protagonista relata que já passou por fome diversas vezes, já que não tinha condição financeira para ter alimentos pelo o mês inteiro. Na realidade brasileira, cerca de 15,5% da população não tem o que comer, concentrando-se nas áreas rurais das regiões Norte e Nordeste. Enquanto 125,2 milhões de brasileiros passaram por algum grau de insegurança alimentar. Uma ironia, já que segundo o jornal Folha de Pernambuco o Brasil é um dos maiores produtores de alimento do mundo, “O Brasil é atualmente um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e no ritmo que cresce a agropecuária brasileira, em breve, nos tonaremos o mais importante parceiro estratégico na produção de alimentos do planeta.”.
Além disso, a desigualdade social obstaculiza a mobilidade social na humanidade, a forma que um indivíduo de classe baixa tem para mudar de vida, ou seja, passar para o outro mundo social. Entretanto, o cenário brasileiro atual é desfavorável para indivíduos pobres que desejam ascender socialmente, já que ocupamos o segundo lugar no ranking de países mais desiguais do mundo. Ademais, não é somente a condição financeira que dificulta a ascensão de uma pessoa, os preconceitos e estereótipos enraizados na sociedade também atrapalham na mobilidade social. Grupos como pretos, LGBTQIAP+, mulheres, entres outros, são afetados por essa intolerância social. Além do que, as taxas de violência contra essas minorias aumentam a cada ano que passa.
Diante do exposto, é de suma importância que os nossos governantes tomem uma posição diante de tal problema, até porque perante a lei somos iguais, temos direitos e deveres como cidadãos brasileiros. Deve-se pensar em ações que irão estabelecer igualdade na sociedade, como: educação de qualidade, mercado de trabalho sem discriminação, conscientização das futuras gerações, até mesmo a penalização de crimes com cunho preconceituoso. Toda essa mobilização e esforço resultarão em um mundo mais igual para todos.