Já dizia o dramaturgo irlandês, George Bernard Shaw, que "a democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente" e, no Brasil, esta é uma conquista recente, tendo sua instalação apenas no século XIX, quando foi proclamada a República. Apesar do seu pouco tempo de ascensão, já sofreu crises e ameaças ao longo desse período. Nos dias atuais, percebe-se que, aos poucos, a democracia está caindo no "desuso" da população.
Com o notável aumento na corrupção política brasileira, os indivíduos estão perdendo a confiança nos partidos e nos políticos. Inúmeros cidadãos se candidatam aos cargos governamentais visando apenas o lucro e benefício pessoal, entregando ao povo promessas de melhorias sociais e econômicas, ou seja, com o discurso padrão e puído usado há décadas. Entregando promessas que, no final, não são cumpridas e acabam somente prejudicando os habitantes de sua cidade, Estado ou país.
De acordo com o TSE, a abstenção dos votos, somada aos votos nulos e brancos, passou de 30% nas eleições presidenciais do Brasil no ano de 2018. Esse crescimento gradativo na opção de abstenção do voto pode ser explicado por diversos fatores, sendo os principais: a falta de interesse e o escasso conhecimento da população sobre a política e seus candidatos em questão. Além destes que se abstêm de seu voto, há aqueles que simplesmente não pesquisam suas opções e escolhem qualquer candidato que tenham visto em mídias sociais ou que tenham simpatizado com o, citado anteriormente, "discurso padrão".
Portanto, é dever dos líderes políticos, em conjunto com a sociedade, desenvolver projetos que incentivem o interesse da sociedade brasileira nas decisões do governo e, principalmente, em quem irá governá-los. Uma proposta seria implementar matérias de educação política nas escolas, para que, desde cedo, os jovens entendam a importância de sua participação na administração do país em que habitam. Não se pode perder a conquista que é a democracia e nem colocá-la em inoperância. Não se deve deixar que uma nação se torne apenas uma maioria incompetente.