Na obra cinematográfica de 2019, Coringa, o personagem Arthur Fleck sofre com os sintomas da epilepsia gelástica, doença na qual o provoca involuntariamente uma série de risos. Consequentemente, ele é constantemente vítima de julgamentos perante a sociedade. Em analogia com a ficção, diante do cenário atual, diversos brasileiros sofrem cruelmente com os estigmas associados às doenças mentais. Nesse contexto, observa-se a configuração de um grave problema, enraizado na carência de representatividade midiática e na ausência de conhecimentos.
Em primeira análise, a falta de visibilidade desses grupos nas mídias é um desafio presente no tema. Simone de Beauvoir defende que " o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles". Tal ótica pode ser facilmente aplicada na questão do preconceito associado aos transtornos mentais, visto que, mais escandalosa do que o fato dessa ocorrência é o fato da população se habituar a essa triste realidade. Além disso, a ausência de representatividade do público com doenças mentais nas redes socias causa a sensação de invisibilidade. Pois, é hábito sempre observarmos nas telas pessoas felizes e com as "vidas perfeitas". Assim acaba construindo para esses indivíduos, um ambiente pouco representativo e solitário. Desse modo, é necessário tirar o assunto da invisibilidade.
Ademais, cabe apontar que a desinformação sobre o tópico dos transtornos mentais é um fator influenciador da questão. O filósofo grego Epicteto afirma que "só a educação liberta". Essa perspectiva é nítida na discriminação dos indivíduos com problemas psicopatológicos, visto que, a ausência de informações corretas sobre o tema tende a causar na população a construção de falsas ideias em torno desses grupos. Dessa forma, produz a disseminação de um conceito incorreto a respeito dos problemas mentais.
Logo, é indispensável tomar atitudes que propaguem informações verídicas e desconstruam esses estereótipos.
Deprende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, cabe ao governo, por meio do Ministério da Saúde, organizar palestras com profissionais da psicologia, a fim de reverter a associação das falsas ideias que impera. Tal ação, pode ocorrer em locais públicos e em escolas, e ainda pode ser divulgada através das redes sociais do governo. Paralelamente, também é necessário que haja mais pessoas nas mídias trazendo visibilidade ao assunto . Dessa forma, a realidade de Arthur será inexistente na sociedade brasileira.