O transtorno dissociativo de personalidade (TDI), é caracterizado pela presença de até cinco personalidades distintas em uma pessoa. O protagonista do filme "Fragmentado", Kevin, possui TDI; ele é retratado com vinte e três personalidades que se alteram com a força do pensamento, além disso, o filme o representa como um psicopata e um monstro - sua personalidade mais perigosa. Essa obra reflete os estigmas associados às doenças mentais, já que transmite erroneamente a informação de que as trocas de personalidade ocorrem de forma fácil e indolor, e, também, leva o público a crer que pessoas com TDI são uma ameaça à sociedade. Infelizmente, esses estigmas estão associados a muitos transtornos.
Mormente, urge analisar como a falta de educação sobre doença e saúde mental e a desinformação em cadeia reforçam o preconceito e prejudicam quem sobre com um transtorno mental. Embora o Brasil seja um lugar onde se tem atendimento psiquiátrico e psicológico gratuito, oferecido pelo SUS, e campanhas sobre saúde mental como o "setembro amarelo", é, infelizmente, um país onde as pessoas desconhecem e demonizam doenças mentais; alegam ser "falta de surra", ou, de "Deus", e ainda rotulam qualquer doença como depressão. Por conseguinte, esses brasileiros acabam negligenciando a própria saúde, uma vez que desconhecem o fato de que qualquer pessoa pode desenvolver um transtorno. o site saúde.com diz que, "todas as pessoas podem apresentar sinais de sofrimento psíquicos (...)", essa desinformação demonstra que há uma lacuna presente na educação em saúde do Brasil.
Faz-se mister salientar, que a falta de conhecimento sobre saúde mental leva os brasileiros ao nível máximo de aversão para com o outro nas redes sociais. Diariamente, na internet, são feitos milhares de comentários cruéis e desrespeitosos com quem tem coragem de se expor; como aconteceu com o humorista Whindersson Nunes, que ao revelar sofrer com depressão, foi duramente menosprezando com comentários como "como ele pode ter depressão se é humorista?", ou ainda, "depressão? Ele está rindo! Quer likes!". Segundo William Hazllit, "o preconceito é filho da ignorância", ou seja, o preconceito que não é combatido, gera pessoas ignorantes, mal informadas e sem escrúpulos, que, mais tarde, irão propagar mais preconceito e ignorância.
Dessarte, o Ministério da Saúde, com o apoio do MEC, deve instituir nas escolas, palestras e rodas de conversa, voltadas aos alunos e à comunidade, ministradas por psicólogos, que por meio de uma abordagem dinâmica, discutam sobre saúde mental e doenças mentais, apresentando informações coesas e obras que retratem corretamente os transtornos mentais, a fim de desconstruir e desmistificar os estigmas, informar e incentivar o tratamento psicológico.