São Tomás de Aquino defendeu que todas as pessoas precisam ser tratadas com a mesma importância. Porém, a questão do preconceito linguístico contraria o ponto de vista do filósofo, uma vez que, no Brasil, esse grupo é vítima de descriminação constante. Nesse contexto, no que tange à questão do preconceito linguístico, percebe-se a configuração de um grave problema em virtude da aversão ao sotaque manifestada por indivíduos dos grandes centros populacionais e do domínio básico das variedades linguísticas, tida por membros das classes mais pobres.

Em primeira análise, a aversão ao sotaque mostra-se como um dos desafios à resolução do problema. Nesse viés, a desigualdade social se apresenta como base para os vários tipos de manifestações, desse modo, inflamando gradualmente crimes como a discriminação, a xenofobia, o preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Sabendo que, por se tratar de regiões que monopolizam a cultura, a mídia e a economia, é perceptível o ar de superioridade sobre os demais estados, logo, a repulsa, reprovação e o desrespeito se tornou algo normal e até mesmo enraizado.

Em consequência disso, surge a questão do domínio básico das variedades linguísticas geralmente tidas por membros das classes mais pobres, que intensifica a gravidade do problema. É interessante ressaltar que esse conhecimento raso quanto ao meio linguístico, é fruto de uma má administração, onde, os indivíduos têm acesso limitado à educação formal e cultural. Nesse sentido, o filósofo Schopenhauer defende que os limites do campo de visão de uma pessoa, determinam seu entendimento a respeito do mundo, dessa forma, é essencial o conhecimento para o combate efetivo.

Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para a luta contra o preconceito linguístico no Brasil, apresentam entraves que necessitam ser revertidos. Dito isto, é necessário a aplicação e uso efetivo da lei 7.716, onde diz que discriminação e procedência nacional é crime. Junto a ação, é interessante que esse problema seja explanado e compreendido por todos e para que isso ocorra, o MEC juntamente com o Ministério da Cultura devem desenvolver palestras em escolas, a serem web conferenciadas nas redes sociais desses órgãos, por meio de entrevistas com vítimas do problema e especialistas no assunto, de modo a trazer mais lucidez sobre o tema e erradicar esse problema.