Em sua obra "Ensaio sobre a cegueira", José Saramargo metaforizou uma sociedade cega, que estaria alheia a todos os problemas ao seu redor. Fora da ficção a realidade abordada pelo autor tem representação atemporal, haja vista que, devido à insuficiência estatal e à deficitária abordagem midiática, o corpo social brasileiro permanece alheio ao estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.

A população brasileira evoluiu muito neste sentido durante e após a quarentena por COVID-19, porém o preconceito com doenças mentais ainda existe, impedindo diversos jovens e também adultos de procurarem ajuda psicológica. O grande filósofo Voltaire disse que "O preconceito é a opinião sem o conhecimento", muitas pessoas têm como estigma de que as doenças mentais são "frescura". O que entra em contradição com os dados de 2017 da OMS, segundo esta organização, cerca de 11,5 milhões de brasileiros já possuíam depressão até o ano em questão.

Destarte, convém então ao governo brasileiro e aos postos de saúde nacionais, a apresentação de palestras, panfletos, melhora no programa de saúde mental do SUS, e a implantação do mesmo em regiões onde ele ainda não foi implantado.