A constituição federal de 1988- norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro- assegura o direito à segurança inerente a todo cidadão do Brasil. No entanto, a população se mostra distante dessa realidade prevista pela norma constitucional, haja vista que, a persistência da violência contra a mulher na sociedade ainda é visto como um problema a ser resolvido no país. Dessa forma, entende-se que a negligência governamental e a indiferença da sociedade perante a problemática, apresentam-se como persistência para esse cenário caótico.

Sob esse viés analítico, é evidente a ausência da ação estatal eficiente em relação aos avanços dessa circunstância desafiadora. Isso ocorre porque, segundo o sociólogo Zigmunt Bauman, a máquina estatal tornou-se uma ‘’instituição zumbi'', ou seja, perdeu a sua função social ainda que tenha mantido sua forma. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo John Locke, configura-se como uma violação do ‘’contrato social'', já que, o estado não cumpre a sua função de garantir que os cidadãos desfrutem dos direitos indispensáveis, como a segurança da mulher, o que infelizmente é evidente no Brasil.

Outrossim, cabe destacar que a omissão da população diante a problemática agrava a questão da persistência da violência contra a mulher. ‘’O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles''. A afirmação, atribuída à filósofa francesa Simone de Beauvoir, pode ser facilmente aplicada ao problema, já que, mais escandaloso do que a ocorrência dessa problemática é fato da população se habituar a essa realidade. Pois, há uma naturalidade como a situação é tratada no país, logo existindo poucos esforços destinados a resolver esse problema por parte da população.

Dessarte, é crucial que medidas sejam tomadas para mitigar esse obstáculo. Portanto, é necessário que a sociedade civil organizada pressione o Estado, isto é, exija observância da violência contra mulher. Tal ação deve ser realizada através de protestos pacíficos e manifestações nas redes sociais, como instagram e twitter. Com efeito, adotando tais medidas, o direito a segurança da mulher será finalmente alcançado.