O conceito de "cidadanias mutiladas" do geógrafo brasileiro Milton Santos, explícita que a democracia só é efetiva quando atinge a totalidade da população. A partir dessa perspectiva, é possível observar que a realidade contemporânea brasileira se distância desse ideal democrático, visto que muitas pessoas sofrem com doenças mentais, provocando inúmeras estigmas na sociedade brasileira. Desse modo, é essencial analisar os principais propulsores desse contexto hostil: a falha educacional e o comportamento interesseiro da mídia.
Dessa forma, torna-se evidente que a omissão do sistema de ensino cristaliza a influência escolar na mente dos alunos. Isso ocorre porque se observa a deterioração do papel formador do jovem na escola, visto que a ingerência governamental prevê uma educação que limita a instrução social, de modo que a sociedade não esteja preparada para lidar com a problemática mental e, muito menos, propor caminhos para combater essa realidade. Essa situação encontra forças no ensaio pedagogia do oprimido, cunhado pelo pedagogo Paulo Freire, com qual caracteriza o ambiente escolar como uma ferramenta de opção que não habilita o sujeito para a convivência em sociedade como nas situações representadas estigmamente.
Além disso, é inegável como a manipulação midiática alicerça a falta de combate contra os estigmas mentais. Isso acontece porque os veículos de comunicação, pautadas em uma perspectiva lucrativa, valorizam o engajamento de seus conteúdos, margionalizando, assim, a abordagem de situações que não envocam a atenção do público, tal como acontece com os problemas sociais sem visibilidade. Dessa maneira, a análise da conjuntura precária, que cerca a problemática, é silenciada na mídia por não ser um assunto atrativo e envolva a maioria do público-alvo desses veículos. Essa reflexão encontra forças na afirmação de zigmut Bauman, para quem "na era da informação,a invisibilidade é equivalente à morte".Já que a pouca visibilidade midiática direcionada para essa problemática leva a falta de conhecimento sobre tal contexto.
É evidente, portanto, a necessidade de medidas que solucionem esses estigmas. Por isso, o ministério público_órgão responsável pela defesa dos interesses sociais_ deve, por meio da fiscalização a ampliação dos poderes estatais pressionar o estado no que se refere ao aporte de infraestrutura ao setor responsável pela saúde mental, a fim de que o acompanhamento seja ampliado para as diversas regiões do país. Ademais, as instituições escolares públicas e privadas devem, por intermédio de palestras instruir os alunos acerca da importância do bem-estar emocional, visando minimizar a invisibilidade das doenças psicológicas, e com isso, estimular atitudes combativas a conjuntura de indivíduos com doenças psicológicas. Assim, o ideal do geógrafo Milton Santos será, de fato,uma realidade no país.