De acordo com o escritor brasileiro José Saramago: "Não há uma língua portuguesa, há línguas em português." Dito isso, a miscigenação da língua portuguesa é, até hoje, motivo de debate sobre a valorizaçâo da mesma, que é herança colonial. Em contrapardida à importância da língua falada e escrita para a preservação da história e cultura de um povo, vale apontar a precariedade do português em território nacional, que, graças a inoperância estatal como investimentos em ensino, possui uma população de falantes preterida nos aspectos da educação.
Desse modo, é funda mental destacar a relevância do enaltecimento linguístico para a valorização da cultura. Para exemplificar esse fato, vale apontar o serviço de catalogação e tradução de línguas indígenas, realizada e reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio). A preservação do idioma foi imprescindível na proteção da ancestralidade e do sentimento de pertencimento dessa população.
Entretanto, o ponto da exaltação linguístico-cultural, está o pouco estímulo do governo à valorização do português e a educação como um todo. Segundo pesquisas realizadas pelo Pisa, os brasileiros ocupam as últimas posições em leitura. Portanto é inaceitável a desvalorização idiomática perpetuada por um sistema educacional deficiente.
Em síntese, com o objetivo de proteger as especificidades essenciais à miscigenação linguística do povo brasileiro, o governo federal, em consonância com o Ministério da Educação, deve focar esforços na revitalização do sistema de ensino nacional, que, atualmente, está sucateado e engessado. Isso será alcançado por meio da distribuição eficiente da verba pública, de forma a evitar, por um lado, a escassez, e por outro, o desperdício de recursos. Espera-se, com tal medida, alcançar melhorias educacionais que permitam o fortalecimento de uma população qualificada, capaz de preservar e valorizar as particularidades da língua portuguesa.