O ser humano faz reivindicações desde o momento que nasce. Para ter suas necessidades supridas, o homem aprende a pedir ou a fazer o que é preciso para ter sua necessidade sanada. Assim, é mister que protestar é, além de um direito assegurado pela Carta Magna, um impulso natural. Entretanto, diferente das reivindicações do passado, mais primitivas e, por vezes, demasiadamente agressivas e emocionais, aquelas que acontecem nos dias atuais devem ser dotadas de racionalidade e limites, a fim de que tais manifestações não sejam deslegitimadas.

A história é carregada de momentos marcados pela violência. Guerras e massacres existem desde os tempos bíblicos, o que nos leva a crer que tais reações são naturais, encaradas como sendo a regra. Contudo, como a tecnologia evoluiu, cabe ao ser humano também evoluir e aprender a manifestar suas reivindicações de maneira civilizada. É verdade que, por vezes, é necessário uma certa dose de obstinação para ser ouvido, mas sempre usando da racionalidade que ao ser humano foi conferida. Manifestações eivadas de violência perdem a legitimidade pois remontam as comportamentos primitivos, os quais estão associados a seres que não sabem utilizar do racional para se comunicar.

Assim, para evitar que a ilegitimidade recaia sobre um ato de protesto, há que serem impostos limites. Podem ser citados como exemplos de limites: não depredar o patrimônio público, não incitar a violência, não agir com agressividade para com os opositores, em suma, exercitar o controle emocional quando uma eventual faísca de violência começar a surgir. Vale ressaltar que tais sugestões de limites não tentem a retirar dos atos de protesto o furor que eles devem possuir, mas sim conferir maior racionalidade e controle dos ânimos, os quais tendem a se exaltar em tais situações.

Ademais, expor claramente o problema identificado e quais as possíveis soluções pode contribuir para uma manifestação mais pacífica e civilizada.

Por fim, conclui-se que ao optar por protestos bem fundamentados e dotados de limites as chances de ter as reivindicações descreditadas diminuem, uma vez que a única questão em foco seria os argumentos, e não o comportamento dos manifestantes.