A produção cinematográfica "Mad Max: Estrada da Fúria", retrata um mundo pós-apocalíptico onde a água é um recurso escasso que só aqueles com grande poder social tem acesso. A obra transcende a ficção e se vê inserida na sociedade quando relacionada à situação da escassez de água no cenário contemporâneo brasileiro, uma vez que o desperdício e a má distribuição dessa matéria configuram as principais problemáticas desse pernicioso cenário.
Em primeira análise, é notório destacar o uso não consciente da água por parte da população. Isso porque o desperdício normalizado dessa substância mostra a despreocupação dos indivíduos em relação à conservação da água, em consequência de uma menor disponibilidade de água nas reservas hídricas. Prova disso recai no fato de que no cenário contemporâneo brasileiro, além de cada pessoa precisar de cerca de 200 litros de água para atender suas necessidades, 40% da água é desperdiçada após o tratamento.
Ademais, cabe ressaltar a deficiência no sistema de abastecimento de água. De acordo com a OMS, são necessários no mínimo 50 litros de água por pessoa , por dia , para assegurar necessidades básicas , o que é impossível para indivíduos que vivem onde esse recurso é mal distribuído. Segundo a teoria ecomalthusiana, por exemplo, acredita-se que quanto maior o crescimento demográfico acelerado e desordenado, maior a demanda por recursos naturais. Essa teoria reflete diretamente que um dos motivos para que o Brasil esteja vivendo um momento de escassez de água, é sua má distribuição atrelada ao crescimento populacional.
Convém, portanto, que a mídia de massa crie um programa, por meio de palestras com especialistas, a fim de atualizar as pessoas sobre os prejuízos causados pelo desperdício de água. Tal ação pode, ainda, contar com a divulgação de influenciadores para atingir mais pessoas. Paralelamente, é preciso que o Estado intervenha na questão da má distribuição de água por meio de aprimoramentos nas companhias de saneamento básico do Brasil.