Na obra 1984, de George Orwell, há a defesa da privacidade ao explorar o personagem Grande Irmão, que monitora a vida dos cidadãos, constantemente lembrando-os que estão sendo vigiados. Contudo, a vida nas redes impede que a população tenha acesso a este direito básico. Sob essa ótica, é notável que o limite entre o público e o privado é um desafio nos dias de hoje, em virtude do compartilhamento exagerado de informações e também do avanço tecnológico sobre a vida dos seres humanos.
O governo é responsável pelo bem-estar da população, como também pelo direito a uma vida particular, e é de se esperar atitudes diante desta questão de exposição, no entanto, não é isso que acontece. Segundo o Ibope Mídia, 72% dos brasileiros mantêm perfis em redes sociais, onde, usualmente, compartilham suas informações pessoais. Perante o exposto, nota-se como a vida pública e privada tornam-se difusas à medida que a tecnologia avança e desempenha mais papéis na vida humana.
Além do mais, é fundamental salientar que a conduta online pode ter consequências sérias no mundo fora das redes. Atualmente, o atleta Maurício Souza foi demitido após apresentar falas homofóbicas na internet, demonstrando que as publicações que expõem a vida pessoal podem impactar as relações e reputações.
Depreende-se, portanto, que faz-se necessário meios de resolver esta questão. Deve haver, nas redes sociais, o controle do conteúdo compartilhado por meio de filtros e profissionais contratados justamente para essa função, desse modo, não seria possível a postagem de informações pessoais como endereço, telefone ou documentos. Associado a isso, a educação é de suma importância, as escolas e instituições de ensino devem instruir, por meio de aulas e palestras, sobre privacidade, com auxílio da tecnologia e de apostilas sobre o tema. Dessa forma, espera-se que o brasileiro consiga manter sua vida privada, possibilitando a diminuição da mistura da vida pessoal e pública.