Quem nunca escreveu ou falou errado?
O preconceito está presente na sociedade brasileira das mais variadas e diversas formas, sendo o preconceito linguístico e a exclusão social uma dessas vertentes problemáticas. Dessa forma, faz se necessária a crítica e atenciosa análise de alguns fatores que favorecem esse quadro.
Primeiramente, o problema se justifica pela deficiência no acesso a educação por parte da população e ausência de medidas governamentais para combater o preconceito linguístico no Brasil. Isso é explicado pela quebra do "contrato social" afirmada por John Locke, pois de acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo n° 6, o Estado é responsável pela educação a todo cidadão brasileiro, entretanto não a faz adequadamente.
Ademais, a língua que falamos não é a mesma que escrevemos, pois essa é uma unidade viva e mutável, não existindo uma única língua portuguesa correta. Ela está sempre em constante mudança e construção de acordo com as diversidades sociais, culturais, econômicas e temporais. Porém, infelizmente muitas pessoas ainda acreditam na gramática normativa como a única a ser utilizada, perpetuando o preconceito contra aqueles que não utilizam-a corretamente.
Entende-se, portanto, a necessidade de se combater essas problemáticas, para isso, é imprescindível que o Estado por intermédio de propagandas e campanha publicitárias veiculadas na televisão, internet e espaços urbanos, faça a conscientização da população sobre as variações linguísticas da língua portuguesa falada e escrita, a fim de reduzir o preconceito, a exclusão e distinção social presentes na atualidade. Assim, se consolidará uma sociedade mais igualitária e inclusiva.