Segundo o IBGE, em 2019, a população de cegos no Brasil era de 582 mil pessoas, o que representa uma pequena parcela da população do Estado. É de conhecimento de todos, que essa parte da população sofre grande exclusão social e dificuldades de acessibilidade. Apesar de ser desenvolvido em muitos aspectos, quando se trata de acessibilidade para deficientes visuais, o Brasil é extremamente atrasado e pode ser considerado um país capacitista.

Embora haja leis e normas que garantam os direitos do deficiente, falta fiscalização para que sejam cumpridas. São inúmeras as dificuldades enfrentadas pelos portadores da cegueira, principalmente no quesito locomoção. Existem vários tipos de sinalização inclusivos para facilitar a locomoção dessa minoria, como por exemplo, os pisos táteis, placas em Braille, adaptação de semáforos... E, infelizmente, é muito raro se deparar com essas adequações no Estado brasileiro, o que em muitos casos, fere o direito de ir e vir destas pessoas.

A situação em que esse país se encontra no quesito acessibilidade é triste,as autoridades responsáveis e a população não se preocupam em incluir os deficientes físicos. Muitos cegos vivem isolados de tudo e de todos, vítimas de uma sociedade que os excluem e os incapacitam. Um exemplo claro disso, é a quantidade de profissionais especializados em Braille − sistema de escrita tátil utilizada por deficientes visuais − que é insuficiente para atender a demanda, dificultando a aprendizagem dos deficientes.

Analisando todas as dificuldades apresentadas, é possível afirmar que falta uma iniciativa do governo para iniciar o processo de inclusão desses deficientes, como por exemplo, uma parceria com a mídia para divulgar projetos de inserção na sociedade, através do esporte para-atlético. Também se faz necessário a capacitação de professores para atender as necessidades, ensino de Braille obrigatório para todos desde a educação primária e sinalizações adaptadas que são necessárias no dia-dia. É um processo urgente e que exige esforços de todos os habitantes, mas quem sabe assim, esse capacitismo finalmente acabe.