De acordo com o filósofo Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Diante disso, é consenso na sociedade contemporânea que a alfabetização é a ferramenta mais viável para a ascensão dos indivíduos. Contudo, o acesso à educação e, por consequência, à alfabetização funcional, não é algo inserto na vida de todos os brasileiros. Destarte, é crucial a análise das razões que tornam essa problemática uma realidade no país.
Em primeiro lugar, cabe abordar as dificuldades dos estudantes brasileiros quanto às disparidades regionais. Dados do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que a região Norte e Nordeste ficaram abaixo da média brasileira nos níveis de proeficiência em Leitura e Matemática nos anos de 2014 e 2016. Percebe-se, diante do exposto, a ausência de educação eficiente ou escolaridade incompleta nas regiões citadas.
Ademais, outro fator a salientar é o analfabetismo funcional. Segundo dados do Índice de Analfabetismo Funcional de 2018 (INAF), cerca de 13% de brasileiros que já concluíram o ensino médio são analfabetos funcionais, o que evidencia a falha no processo de alfabetização em todo o território nacional.
Torna-se evidente, portanto, o quanto o ensino escasso no país é nocivo ao direito dos brasileiros à uma educação de qualidade. Assim, cabe ao Estado o investimento educacional em todas as regiões do Brasil, priorizando as mais afetadas, como Norte e Nordeste. Outrossim, compete ao MEC a manutenção das medidas já implantadas, como o programa Brasil Alfabetizado. Dessa forma, será possível a elevação da qualidade escolar e a melhoria nos índices de alfabetização.