A partir do mercantilismo, houve, consequentemente o início da ocupação efetiva de territórios, visando o lucro de países, em sua maioria europeus, estes separavam as terras em colônias de povoamento e de exploração. O fato é, as colônias de exploração tinham seus recursos surrupiados e nativos feitos de escravos, levando a estas, mesmo conquistando sua independência e passando-se séculos, ainda lidarem com as consequências do colonialismo. Haverá maneiras de cumprir os direitos humanos e fornecer vidas dignas em meio ao século XXI?



Sabe-se que, países do continente africano vivem, em sua maioria, imersos em conflitos constantes, este fato é observado no filme “Hotel Ruanda” que ilustra os embates entre Tutsi e Hutus por motivos políticos, tais motivos resultaram numa guerra civil e no genocídio de quase um milhão de pessoas nos anos 90. Conflitos como estes são resultados de uma má repartição do território feita por europeus baseadas em seus interesses, não com as identidades de cada povo.



Sob esse víeis, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi adotada em dezembro de 1948, ou seja, o evento citado anteriormente ocorreu depois de sua promulgação. A DUDH e a Organização das Nações Unidas (ONU) surgiram com um intuito de prevenir um novo Holocausto, porém, estes ocorrem diariamente de forma silenciosa, seja através de guerras civis ou nas periferias com a miséria e a violência policial que matam tão quanto Hitler e o nazismo mataram, mas por estes estarem em países subdesenvolvidos, são ignorados pela mídia.



Prova disso, não mais longe da realidade brasileira, é o livro “Quarto de Despejo: Diário de uma favelada”, em que é possível conhecer Carolina Maria de Jesus, na zona norte de São Paulo nos anos 60, mais precisamente na favela do Canindé, a obra é um compilado dos diários de Carolina, contando os seus desafios ao viver na extrema miséria, violência e marginalização. Mesmo após publicado, houve a preservação dos traços de sua escrita pouco desenvolvida, marcas de sua realidade como mulher negra, uma das primeiras no ramo, e periférica.



Dessa forma, percebe-se que os direitos humanos e a vida digna ainda não contemplam todos as pessoas, principalmente as mais necessitadas. Para isso, a ONU, que promove a cooperação internacional, juntamente dos demais países, devem buscar formas de compreender as adversidades de países subdesenvolvidos. Tal ação pode ocorrer pela reformulação das diretrizes da ONU e também dos seus aliados. Essa medida deve promover a paz nos máximos territórios possíveis e diminuir os conflitos. Assim, haverá a garantia que os direitos humanos não se restringirão as grandes potencias, levando enfim vida digna a todos.