O Pragmatismo é uma ideologia que pressupõe que a validade de um juízo é determinada pelo seu caráter prático. No entanto, ao observar os desafios para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil, certifica-se que o Estado brasileiro não toma medidas pragmáticas para conter tal problemática, uma vez que a mal remuneração, a discriminação e a jornada de labuta exploratória relacionadas ao corpo social feminino prestador de serviços são persistentes, o que ocasiona permanência de uma sociedade desigual, preconceituosa e com ameaças aos direitos trabalhistas. Com efeito, para solucionar o empecilho, os aspectos socioculturais e governamentais serão discutidos.
Diante desse cenário, é preciso debater acerca da mentalidade grupal. Conforme Jurgen Habermas, a razão comunicativa - ou seja, o diálogo – constitui etapa fundamental do desenvolvimento social. Nessa perspectiva, a ocultação de discussões sobre a desvalorização do trabalho feminino de cuidado, todavia, coíbe o poder da deliberação e, consequentemente, ocasiona a não reflexão da população brasileira em torno das dificuldades que o machismo estrutural impõe sobre a valorização efetiva das condições laborais femininas, o que contribui para a perpetuação da discriminação e da invisibilidade de tal ofício. Destarte, vê-se a relevância da autocrítica para a resolução da temática.
Além disso, merece ênfase o quesito constitucional. Segundo Jean-Jacques Rousseau, os cidadãos cedem parte da liberdade adquirida no estágio de natureza para que o Estado garanta seus direitos inalienáveis. A invisibilidade dada aos desafios do ofício de cuidado realizado por mulheres, entretanto, destoa da ideia do contratualista, haja vista que o salário justo e boas condições laborais, regalias obrigatórias presentes na Constituição de 1988, não são garantidos à totalidade do corpo populacional feminino. Dessa forma, autoridades competentes precisam intervir para dirimir o revés.
Portanto, algo precisa ser feito para amenizar a questão. Logo, o governo federal, conjunto dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, por meio da Câmara dos Senadores e do Ministério do Trabalho, deve estabelecer campanhas contra o preconceito de gênero e a favor da valorização do trabalho de cuidado feminino, além de fiscalizar a legislação de forma efetiva. O fito de tal ação é estabelecer uma nação livre de injustiças que ferem a garantia de direitos a determinado público. Assim, espera-se que o tema deixe de ser um contratempo no Brasil.

@Luscano você poderia corrigir, por favor?