No Mito da Caverna, obra filosófica escrita por Platão, o personagem da narrativa vive isolado, não se permite conhecer o mundo através de uma nova experiência. Entretanto, fora da filosofia, a educação em nível EAD configura uma necessária expansão devido aos novos desafios enfrentados pelo mundo hodierno, os brasileiros tiveram que se adaptarem a práticas não habituadas e saírem da zona de conforto. No entanto, essa tecnologia possibilitou maior exclusão e falta de acesso à educação, pois foi negligenciada pela falta de investimento federal, como também, pela decadência de suporte escolar.
Nesse sentido, convém ressaltar a negligência estatal no que tange à ausência de políticas públicas eficazes para sanar o impasse, dado que o acesso à rede de internet fica restrito a uma pequena parcela social, e muitos indivíduos perdem aulas por não terem um celular ou computador em casa. Desde o Iluminismo, já sabemos – ou deveríamos saber – que a sociedade só progride quando se mobiliza com o problema do outro. Todavia, quando se observa a expansão educacional no Brasil em pleno século XXI, percebe-se o descaso do governo no que urge a falta de mobilização para progressão da educação a distância. Consequentemente, se a postura anestesiada do Estado se mantiver, os índices de evasão escolar e a taxa de analfabetismo funcional tendem a crescer.
Além disso, a falta de suporte oferecido pelas escolas pode provocar sérias consequências. Segundo o educador brasileiro Rubem Alves, a escola pode ser comparada à asa ou à gaiolas, ou seja, pode despertar o aprendizado do aluno ou proporcionar condições de alienação. Dessa forma, as escolas brasileiras, em especial as públicas, estão fazendo papel de gaiola, enquanto restringem seus docentes com a falta de preparação profissional nesse novo modelo de ensino, e impedem que os alunos libertem-se das amarras da ignorância associada à falta de conhecimento. Por conseguinte, obteremos cidadãos com um ensino precário e despreparados para o mercado de trabalho.
Portanto, para que o ideal iluminista seja posto em prática, é dever do Ministério da Educação, órgão federal responsável pela educação nacional, oferecer cursos EAD de capacitação profissional aos professores da rede pública de ensino. Além da entrega de tablets por parte do Estado a todos os estudantes que comprovarem renda inferior a 1,5 salário mínimo, por meio de uma auxílio estudantil mensal que contemple a todos que necessitem. Dessa maneira, o acesso à educação digital será efetivo, eficaz e as escolas serão como asas para os alunos.